Como o peronismo explora o aniversário de 40 anos da Guerra das Malvinas
O governo do presidente Alberto Fernández e da vice Cristina Kirchner, na Argentina, preparou uma extensa programação para recordar os 40 anos da Guerra das Malvinas. No dia 2 de abril de 1982, a ditadura da Argentina enviou uma operação anfíbia para recuperar de surpresa o arquipélago das Ilhas Malvinas, que pertencem ao Reino Unido....
O governo do presidente Alberto Fernández e da vice Cristina Kirchner, na Argentina, preparou uma extensa programação para recordar os 40 anos da Guerra das Malvinas.
No dia 2 de abril de 1982, a ditadura da Argentina enviou uma operação anfíbia para recuperar de surpresa o arquipélago das Ilhas Malvinas, que pertencem ao Reino Unido. A reação do governo da primeira-ministra britânica Margaret Thatcher foi rápida. No dia seguinte, ela disse que enviaria uma frota armada para o sul do Oceano Atlântico.
Também no dia 3, o Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu a retirada das forças argentinas e a retomada das negociações. Como a resolução não foi respeitada, a guerra prosseguiu. Em apenas 74 dias, o Reino Unido retomou o controle do arquipélago. Mais de 600 soldados argentinos (foto) e 255 britânicos morreram no conflito.
Neste sábado, com o tema "Malvinas nos une", o governo argentino fará diversos eventos com o objetivo de dar "difusão e visualização aos direitos soberanos argentinos em relação às Malvinas".
Pelo tom das atividades, o kirchnerismo, a ala mais radical do peronismo que segue a vice-presidente Cristina Kirchner, terá pouco protagonismo.
"O kirchnerismo tem reduzido sua visibilidade no governo, porque não quer arcar com as consequências da crise econômica ou com um possível acordo de dívida com o Fundo Monetário Internacional, o FMI", diz o cientista político argentino Alejandro Corbacho, da Universidade do Centro de Estudos Macroeconômicos da Argentina, a Ucema. "Dessa maneira, é provável que a narrativa kirchnerista também receba pouca atenção."
Pela narrativa kirchnerista, a Guerra das Malvinas foi uma estratégia usada pelos militares para torturar e assassinar os jovens argentinos nas ilhas. Esse ponto de vista aparece até em desenhos infantis divulgados em canais oficiais do YouTube.
Muitos dos que morreram de fato eram jovens conscritos, que foram obrigados a se alistar. Eles entraram na batalha sem ter treinamento necessário, sem armas que funcionassem e sem roupas adequadas para se proteger do frio. Foram vítimas da decisão de uma junta militar liderada pelo general Leopoldo Galtieri. O que essa visão não leva em conta, porém, é a sina dos militares mais velhos, que também foram obrigados a se envolver no conflito.
O momento mais humilhante para os militares foi no governo de Cristina Kirchner, em um desfile para lembrar o bicentenário do país, em 2010, quando soldados da ativa se deitaram no chão e levantaram cruzes brancas, para lembrar as vítimas da guerra.
Nos últimos tempos, diversos programas exibidos na internet começaram a trazer os depoimentos dos veteranos, não apenas dos jovens conscritos. Ainda no governo de Mauricio Macri (2015-2019), as vozes dessas pessoas começaram a ser ouvidas, o que gerou bastante simpatia entre a população. "Seria muito difícil agora para o peronismo ignorar os veteranos. O que deve acontecer é exatamente o contrário, com esses militares ganhando um destaque que nunca tiveram", diz Corbacho.
Em vez de comprar novas brigas, os peronistas mais de centro, como Alberto Fernández, agora querem paz. Eles certamente seguirão atacando verbalmente o Reino Unido, mas evitarão arrumar inimigos dentro da sociedade argentina.
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Comentários (4)
André
2022-04-03 10:19:54Sou conteporâneo desta triste época. O general argentino Leopoldo Galtieri, em abril de 1982 invadiu as Ilhas Falkland (ou Malvinas) para ficar no poder, durante sua péssima ditadura tomando whisky escocês à custa de inútil perda de vidas de 600 jovens argentinos e assim ficou mais um mês no poder...sem contar as vidas de ingleses que tiveram que retomar as ilhas já que seus moradores preferiam ser súditos da Inglaterra...
Francis
2022-04-02 17:57:31Por DEUS, crusoe, nunca fui assinante de não gostar de reportagem, fazer beicinho e dizer que vai cancelar assinatura. Agora, o tal Lear more, ou coisa parecida, é irritante,. Vc não consegue ler nada ser ser interrompido. Vão para p.q.p.
Francis
2022-04-02 17:50:43Asquerosa é assim , vive de mentiras. É o câncer do mundo. Extermínio desses parasitas é pouco.
Amyr G Feitosa
2022-04-02 15:21:45Os argentinos comemoram 40 anos de uma derrota humilhante ... eis os brasileiros em 2062 de quatro comemorando a ditadura ladravaz petralha ... amigo véi pá rocê tem jeito não.