Eleições na Hungria põem à prova os laços do radical Orbán com Putin
Neste domingo, 3, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán (foto), enfrentará sua eleição mais difícil desde que seu partido, o Fidesz, ganhou maioria no Parlamento, em 2010. Nas pesquisas, o Fidesz tem 50% das intenções de voto, enquanto os seis partidos de oposição, que concorrerão unidos, têm 45%. Outras sondagens eleitorais chegaram a registrar uma...
Neste domingo, 3, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán (foto), enfrentará sua eleição mais difícil desde que seu partido, o Fidesz, ganhou maioria no Parlamento, em 2010.
Nas pesquisas, o Fidesz tem 50% das intenções de voto, enquanto os seis partidos de oposição, que concorrerão unidos, têm 45%. Outras sondagens eleitorais chegaram a registrar uma vantagem menor, de apenas dois pontos percentuais.
O maior desafio para a oposição é que, como o Fidesz remanejou os distritos para conseguir mais representantes no Parlamento, ela precisa sair do pleito com uma vantagem de quatro pontos percentuais para levar a maioria dos deputados e, assim, formar um novo governo.
O efeito da guerra
No último mês, a campanha húngara foi chacoalhada pela invasão da Ucrânia, que fez crescer em toda a Europa as críticas à Rússia. Como Orbán, de extrema-direita, é alinhado com o presidente russo Vladimir Putin, que fornece gás a preços baixos para a Hungria, esperava-se que o primeiro-ministro fosse prejudicado eleitoralmente.
Mas o efeito não deve ser tão grande. "Orbán tem conseguido evitar um impacto negativo maior com um discurso a favor de paz e segurança, e insistindo que ele é o político mais competente e experiente para liderar o povo em períodos turbulentos", diz o historiador Ferenc Laczó, professor da Universidade Maastricht, na Holanda, e autor de livros sobre a Hungria.
"Algo que obviamente ajuda é o fato de que a maior parte dos veículos de mídia da Hungria estão alinhados com o regime e não contradizem a narrativa pró-Rússia", diz Laczó.
Para evitar sofrer danos eleitorais, Orbán também mudou o tom de seu tradicional discurso pró-Rússia e contra a Ucrânia. Suas falas, nas últimas semanas, foram mais ambíguas. Além disso, ele suavizou as críticas à União Europeia, bloco do qual a Hungria faz parte desde 2004.
É uma jogada de risco. Se por um lado a estratégia de evitar tomar um lado pode garantir os votos necessários a Orbán, do outro poderá deixar a Hungria ainda mais isolada na Europa.
"Orbán praticamente desapareceu da política europeia. Até os países que eram parceiros, como a Polônia e a República Tcheca, estão cancelando as reuniões com seus representantes húngaros", diz Laczó.
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Comentários (2)
Ferreira
2022-04-04 09:44:00Se a Hungria quer se tornar um apêndice do Putin, por sua vez os europeus do mundo livre têm que dele se distanciar. A democracia tem que demonstrar seu poder contra a ignorância.
Nyco
2022-04-02 23:45:46Sorte do Orbán que tem a maioria dos veículos de mídia do seu lado. _ Já aqui "in Banãnia", os veículos de mídia estão todos alinhados com o ex-detento cachaceiro e maior ladrão da história da humanidade, inclusive este folheto do qual sou assinante fundador. __ BOLSONARO, nossa última TRINCHEIRA contra o totalitarismo que se avizinha.