Mulher de criador do 'gabinete do ódio' triplicou salário no governo Bolsonaro
Principal alvo do inquérito que investiga as milícias digitais, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, o assessor especial da Presidência Tércio Arnaud Tomaz (foto) pode ser considerado um fenômeno no mercado de trabalho brasileiro. De recepcionista de hotel no interior da Paraíba, o criador do "gabinete do ódio" transformou-se rapidamente em...

Principal alvo do inquérito que investiga as milícias digitais, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, o assessor especial da Presidência Tércio Arnaud Tomaz (foto) pode ser considerado um fenômeno no mercado de trabalho brasileiro. De recepcionista de hotel no interior da Paraíba, o criador do "gabinete do ódio" transformou-se rapidamente em um engravatado bem-sucedido em Brasília. O que não se sabia até agora é que sua mulher também decolou na carreira depois que Tércio se aproximou do filho 02 do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro.
Bianca Diniz Arnaud, de 31 anos, era enfermeira em um hospital de Campina Grande até se casar com Tércio, em junho de 2018. No ano seguinte, com Jair Bolsonaro já presidente, ela passou a trabalhar na Coordenação de Saúde da Secretaria-Geral da Presidência, onde assumiu dois cargos com salários de 3,4 mil e 3,7 mil reais, respectivamente. Em 2021, três dias antes de pedir demissão, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, transformou a mulher de Tércio em coordenadora-geral de Inovação e Processos e de Estruturas Organizacionais, um cargo vinculado à Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde. Com a promoção, o salário de Bianca saltou para 10,3 mil reais.
Atualmente, Tércio Arnaud ganha 13,6 mil reais como assessor especial da Presidência. Ele participará das eleições de outubro como primeiro suplente do candidato a senador Bruno Roberto, do PL, pela Paraíba. Na sexta-feira, 18, Bolsonaro gravou um vídeo dirigido aos paraibanos declarando apoio à dupla.
Quando conheceu a família Bolsonaro, Tércio trabalhava no Infinity Garden Hotel, em Campina Grande, onde auxiliava os hóspedes a acessar a internet. À época, ele já utilizava o codinome Ubuntus Linys Sys para publicar conteúdos de ódio na página “Bolsonaro 2.0” no Facebook. Entre outras imagens, publicou uma montagem da deputada petista Maria do Rosário, adversária política de Bolsonaro, com um tiro na cabeça.
Apontado pelo ministro Alexandre de Moraes como líder do "gabinete do ódio", Tércio -- assim como sua irmã, Lígia Nara Arnaud Tomaz -- teve seus sigilos telefônico e telemático quebrados pela CPI aberta pelo Senado para investigar a atuação do governo na pandemia de Covid-19. A suspeita era de que o "gabinete do ódio" estivesse envolvido nas ações de comunicação do governo durante a pandemia.
À época, o ministro Pazuello, o mesmo que promoveu a mulher de Tércio, declarou que não o conhecia. “Não conheço o senhor Tércio. Não sei quem é”, disse ao depor à CPI.
Aberto em 2020 por Moraes, o inquérito das milícias digitais foi prorrogado pelo ministro no início do ano. Em fevereiro, a delegada federal Denisse Ribeiro encaminhou ao STF um relatório preliminar no qual afirma que as milícias digitais que atacam a democracia usam a estrutura do "gabinete do ódio" para difundir desinformação e praticar crimes como calúnia, difamação e injúria.
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Comentários (4)
Jarbas Jácome de Oliveira
2022-03-27 23:45:23E o Bozo diz: no meu governo não tem corrupção. É muito escroto.
VARLICE
2022-03-27 12:12:48O que muito me impressiona e mal, é a nivelação por baixo dos escolhidos pelo governo para cargos que exigiriam, digamos, no mínimo, um tanto mais de expertise.
Odete6
2022-03-27 11:55:26É impressionante como existe tanto lixo subespécie permeando a POPULAÇÃO BRASILEIRA.... é inacreditável!!! Psicopatias à parte, é esse o resultado - principalmente - da ausência e da degradação da EDUCAÇÃO DE QUALIDADE. A EDUCAÇÃO alicerça e ampara a SAÚDE FÍSICA E MENTAL, o SANEAMENTO BÁSICO, a SEGURANÇA, a CONSCIÊNCIA AMBIENTAL e, evita a proliferação de seres medíocres, parasitas e monstruosos como os mencionados na excelente reportagem.
Emerson
2022-03-27 10:10:44Nas Eleições de outubro de 2018, nós brasileiros trocamos um esquema criminoso, o petismo, por outro esquema criminoso, o bolsonarismo. O Brasil é um museu de grandes novidade. É o futuro repetindo o passado. É o bolsonarismo repetindo o petismo. A eleição do Bolsonaro foi o maior engodo da história brasileiro. Rezo para que, em outubro de 2022, a gente consiga se livrar dessa tragédia chamada bolsonarismo.