Opositores no Centrão e ausências até no PSL: quem traiu Bolsonaro na PEC do voto impresso

A PEC do voto impresso, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, sofreu derrota na noite de terça-feira, 10, por uma folgada margem de votos. O governo precisava de 308 votos, mas só conseguiu 229 posicionamentos favoráveis à mudança no sistema de voto.

Entre partidos aliados do Planalto, como agremiações do Centrão, muitos parlamentares votaram contra o voto impresso ou faltaram à sessão. As traições foram registradas em massa até em legendas fartamente beneficiadas com emendas e cargos no governo.

O Progressistas, do recém-nomeado ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ficou praticamente dividido com relação à proposta. Da bancada do partido, 16 votaram a favor do voto impresso e 13 foram contra. O número de deputados ausentes durante a sessão também chama a atenção: 11 correligionários do presidente da Câmara, Arthur Lira, não compareceram à votação.

A ausência de um parlamentar durante a votação da PEC do voto impresso prejudicou o governo, já que a aprovação da mudança dependia do quórum alto. Dos 513 deputados federais, só 448 registraram presença durante a votação, na noite de terça-feira.

O PL, que ocupa um grande espaço no governo, orientou a bancada a votar contra o voto impresso. O partido de Valdemar Costa Neto indicou a atual ministra da Secretaria de Governo da Presidência, Flávia Arruda. Dos 41 parlamentares da sigla, 23 se posicionaram contra a PEC e 11, a favor. Sete não compareceram.

No Republicanos, que orientou pelo voto favorável à PEC, 26 dos 32 integrantes da bancada deram aval à proposta. Três foram contra e três não compareceram. Até no PSL, partido que elegeu Jair Bolsonaro e concentra um grande número de governistas, houve defecções -- dois deputados não compareceram à sessão.

Marcelo Álvaro Antônio, um dos ausentes, alegou que não conseguiu votar por conta de instabilidade no sistema da Câmara. Ele disse que vai entrar com uma representação para que a votação seja refeita.