CPI vai investigar contrato de testes de Covid assinado por Roberto Dias
Depois de esmiuçar detalhes de negociações para a compra de vacinas, a CPI da Covid vai ampliar as investigações para outro contrato com suspeita de irregularidades fechado durante a pandemia. Os parlamentares aprovaram nesta quinta-feira, 15, requerimentos de pedidos de informações sobre uma negociação de 133 milhões de reais do Ministério da Saúde com a...

Depois de esmiuçar detalhes de negociações para a compra de vacinas, a CPI da Covid vai ampliar as investigações para outro contrato com suspeita de irregularidades fechado durante a pandemia. Os parlamentares aprovaram nesta quinta-feira, 15, requerimentos de pedidos de informações sobre uma negociação de 133 milhões de reais do Ministério da Saúde com a empresa Life Technologies Brasil Comércio e Industria de Produtos para Biotecnologia Ltda. As tratativas, que acabaram suspensas depois do surgimento de suspeitas, previam a entrega de 10 milhões de kits para a realização de testes de Covid.
A CPI solicitou informações sobre as negociações ao Ministério da Saúde e pediu ao Tribunal de Contas da União dados sobre apurações da corte relacionadas a essas tratativas. Um terceiro requerimento é direcionado à Life Technologies Brasil. A formalização do acerto ocorreu em agosto do ano passado, mas a segunda colocada do certame questionou o processo, assim como a própria Diretoria de Integridade do Ministério da Saúde, que comunicou os órgãos de controle sobre os indícios de irregularidades nas tratativas.
O entendimento é de que a negociação não foi precedida de um levantamento capaz de apontar o quantitativo necessário de testes a ser adquirido pelo ministério. A forma de cotação também influenciou na escolha da vencedora. Apesar dos questionamentos, o Departamento de Logística, sob o comando de Roberto Dias, e a Secretaria de Vigilância em Saúde deram andamento ao contrato. Somente depois de questionamentos do TCU, o Ministério da Saúde anulou parcialmente a negociação.
Como Crusoé mostrou na edição desta semana, a Life Technologies, que negociou os kits para testes com o governo brasileiro, é representante comercial no Brasil de uma firma americana que integra o conglomerado Thermo Fisher, instalado no estado americano de Delaware, um conhecido paraíso fiscal. Graças às suspeitas de irregularidades no contrato dos testes, o presidente Jair Bolsonaro desistiu de indicar Roberto Dias para uma diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A nomeação interessava ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e a parlamentares do Centrão que, há nove meses, já viam o potencial de lucratividade da negociação de imunizantes e sonhavam em ter ingerência na Anvisa. Dias perdeu o cargo na agência reguladora, mas, a despeito das tratativas nebulosas de 133 milhões de reais, manteve o posto no Ministério da Saúde.
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Comentários (1)
Maria
2021-07-15 16:06:15Eita Este Ricardo é um verdadeiro rato