CPI aprova convocação de lobista que teria oferecido propina a Miranda
Acusado pelo deputado Luis Miranda, do DEM do DF, de cobrar propina no caso Covaxin, Silvio Assis (foto) terá de prestar esclarecimentos à CPI da Covid. Os senadores aprovaram a convocação do lobista na manhã desta quarta-feira, 30. A oitiva ainda não foi agendada. Em entrevista exclusiva a Crusoé, Miranda afirmou que, em maio, Assis...
Acusado pelo deputado Luis Miranda, do DEM do DF, de cobrar propina no caso Covaxin, Silvio Assis (foto) terá de prestar esclarecimentos à CPI da Covid. Os senadores aprovaram a convocação do lobista na manhã desta quarta-feira, 30. A oitiva ainda não foi agendada.
Em entrevista exclusiva a Crusoé, Miranda afirmou que, em maio, Assis propôs a ele o repasse de 6 centavos de dólar por cada dose da vacina desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, representado no Brasil pela Precisa Medicamentos, adquirida pelo Ministério da Saúde.
No total, Miranda poderia levar 1,2 milhão de dólares – ou 6 milhões de reais – se a venda das 20 milhões de doses da Covaxin fosse finalmente concluída. Em troca, o deputado teria de cessar a imposição de obstáculos à conclusão da negociação do imunizante.
O parlamentar é irmão de Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde lotado na área responsável pelo aval a importação de vacinas. À época da conversa entre Miranda e Assis, o funcionário público já havia se negado a assinar notas fiscais do imunizante.
Uma delas autorizaria o pagamento antecipado de 45 milhões de dólares do Ministério da Saúde à Madison Biotech, uma offshore ligada à Bharat Biotech sediada em Cingapura, um "paraíso fiscal". A empresa não constava do contrato, o que despertou a desconfiança de Luis Ricardo.
“Apesar de não ter citado o nome do meu irmão, ele falar para eu ‘ajudar com as vacinas’ foi mais do que suficiente. Como eu ajudaria? Eu sou um deputado. Sou do Legislativo, e não do Executivo”, disse o deputado Luis Miranda a Crusoé, sobre Assis.
A proposta do lobista a Miranda teria acontecido na casa de Assis, após uma reunião que contou com a presença do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros. A conversa, segundo o relato, ocorreu enquanto o deputado se deslocava para o carro. Meses antes, em 20 de março, o parlamentar já havia alertado Jair Bolsonaro sobre indícios de irregularidades na negociação.
"Eu falei: 'Cara, se você repetir isso eu te dou voz de prisão'. Ele olhou pra mim de forma assustada e falou assim: 'O que é isso, deputado? Você não entendeu. Eu não estou oferecendo para o deputado, estou oferecendo para o empresário'. Eu disse: 'Nem para o empresário, amigo. É água e óleo. Na posição em que eu estou, como você quer que eu te ajude?'. E ele: 'Não, deputado, esquece isso. Morreu o assunto'", narrou Miranda.
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Comentários (4)
MARIA
2021-07-01 07:04:20RECHONCHUDO SAFADO!
Marcia
2021-06-30 21:27:19Nem um ET pareceria tão "estranho"!!!!
Jose
2021-06-30 15:25:37Convidar não. Tem que encarcerar. Ele e todos os outros bozistas corruptos.
Áureo
2021-06-30 14:23:04E o Gabas ? vai ser convocado quando ? 😏