Gilmar manda recado a Fachin: 'Relator não é dono do processo'
O presidente da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes (foto), usou alguns minutos da sessão do colegiado desta terça-feira, 16, para enviar um recado a Edson Fachin. Sem citar nominalmente o colega, o magistrado afirmou que "nenhum ministro é maior do que a Turma" e alegou que relatores não são donos de processos....
O presidente da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes (foto), usou alguns minutos da sessão do colegiado desta terça-feira, 16, para enviar um recado a Edson Fachin. Sem citar nominalmente o colega, o magistrado afirmou que "nenhum ministro é maior do que a Turma" e alegou que relatores não são donos de processos.
A manifestação ocorreu um dia após Fachin pedir a inclusão na pauta do plenário da corte de dois recursos relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em um dos recursos, a Procuradoria-Geral da República pede o restabelecimento das condenações do petista na Lava Jato. Em outro, a defesa do petista requer a manutenção do trâmite de 14 habeas corpus e reclamações encerrados por Fachin, inclusive o que trata da suspeição de Sergio Moro.
A contragosto de Fachin, Gilmar retomou o julgamento sobre a parcialidade do ex-juiz em 9 de março na Segunda Turma, integrada por cinco ministros. A deliberação, no entanto, acabou interrompida por um pedido de vista de Kassio Marques, último a votar. Antes dele, Gilmar e Ricardo Lewandowski se posicionaram pelo reconhecimento da suspeição, enquanto Fachin e Cármen Lúcia foram contrários.
Apesar da discussão na Segunda Turma, caso o plenário, formado por 11 ministros, referende o arquivamento dos 14 habeas corpus e reclamações, o processo que trata da parcialidade de Moro perderá o objeto e acabará encerrado, sem a palavra final do colegiado presidido por Gilmar.
Diante da ofensiva, Gilmar lembrou que o relator não pode alterar sozinho o órgão julgador — Turma ou Plenário — após iniciado o julgamento. "O relator de um processo não é dono dele, não é proprietário, senão um mero mandatário que, desde o primeiro momento, exerce a atribuição de ordenar e dirigir o processo, sempre em nome do respectivo colegiado competente, que é, como dito, seu juiz natural", pontuou.
O ministro declarou, ainda, que “não há hierarquia nem subserviência das duas turmas do tribunal em relação ao pleno”. "O que há é tão somente é uma repartição de tarefas", argumentou. “Todo e qualquer processo distribuído aos ministros desta Suprema Corte têm como juiz natural a sua respectiva turma integrada."
Gilmar pediu que os ministros zelem pela "lealdade constitucional". "A ordem jurídica pátria rechaça qualquer gênero de manipulação da competência dos órgãos judicantes, sobretudo quando provocada pelas partes ou exercida pelo juiz com o intuito de ampliar as chances de tal ou qual resultado nos julgamentos dos processos", completou.
A eventual declaração de parcialidade de Moro nos processos de Lula, mais provável na Segunda Turma do que no plenário, pode abrir precedente para que outros réus também anulem não só as condenações, mas também as investigações da Lava Jato.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
André
2021-10-16 18:00:14Qualquer membro do STF é maior do que o corrupto e imoral Gilmar Mendes! Fora nojento!
Neuza
2021-08-30 07:13:38Ninguém neste país tem o poder para seu uso ao bel prazer invejoso e com os valores torcidos, como essa pessoa. Imagine esse poder tendencioso e imensurável, nessa mente soberba por mais dez anos. Isso sim é tortura.
André
2021-07-14 19:10:50Gilmar, chega de firulas. Você é corrupto, soltou bandidos e o maior ladrão do mundo: Lula. Vc merece impeachment e cadeia!
ARTHUR
2021-04-07 10:42:03Este advogado que tomou a toga do supremo para si e seus comparsas dá nojo em qualquer cidadão honesto. Só de olhar para essa cara de B dá ânsia de vômito.
ROMEU
2021-03-18 11:48:58Para o ministro Gilmar Mendes tudo pode, desde que seja a seu modo. A sociedade aguarda ansiosamente por um basta nesse absolutismo inescrupuloso que nos inferniza e nos envergonha. Os Ministros da Suprema Corte não podem exercer ativismo político, nem se pronunciar fora dos autos, o que alguns ministros têm feito o tempo todo. Qualquer ato jurídico praticado fora dos princípios da legalidade, da moralidade, e da impessoalidade são inaceitáveis. Os membros do STF jamais deveriam agir fora disso
Sergio
2021-03-18 10:28:05E uma loucura !
Max
2021-03-17 17:17:26Este Gilmar...
MARCOS
2021-03-17 16:01:46Sr. Ministro Gilmar Mendes, eu entendo como lealdade constitucional o fiel cumprimento da Constituição Federal, inclusive se dizendo suspeito para julgar casos em que o juiz é amigo da uma das partes. V.Exa. deveria ser leal a CF e se declarar suspeito em diversos processos em que atuou, e não o fez. Isto é deslealdade constitucional.
Silvino
2021-03-17 13:10:32Olha quem fala a respeito dos processos no STF um empresário travestido de juiz que atropela tudo e a todos em seu caminho, e se apresenta como paladino da justiça. Ora, ora, Beiçola até criancinha de colo sabe que os processos sob sua custódia tendem a proteger políticos e empresários envolvidos em corrupção. Deixa de hiprocisia, João Plenário.
José
2021-03-17 12:12:39Resumindo....são uns merdas