Lewandowski defende acesso a mensagens roubadas: 'Quando o direito público está em jogo, não há que falar em sigilo'
O ministro Ricardo Lewandowski (foto), do Supremo Tribunal Federal, negou a reclamação feita pelos procuradores da extinta força-tarefa de Curitiba e votou pela manutenção de sua decisão liminar de dezembro que deu a Lula acesso às mensagens hackeadas da Lava Jato. Embora tenha repetido durante seu voto que o que estava em discussão na Segunda...
O ministro Ricardo Lewandowski (foto), do Supremo Tribunal Federal, negou a reclamação feita pelos procuradores da extinta força-tarefa de Curitiba e votou pela manutenção de sua decisão liminar de dezembro que deu a Lula acesso às mensagens hackeadas da Lava Jato.
Embora tenha repetido durante seu voto que o que estava em discussão na Segunda Turma do STF não era nem a autenticidade das mensagens roubadas pelos hackers presos pela Operação Spoofing nem a legalidade do uso delas como prova em favor de Lula, Lewandowski antecipou sua análise do material. Afirmou que as conversas entre o ex-coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro mostram "a parceria indevida entre o órgão investigador e o órgão julgador".
Lewandowski disse que os procuradores não têm legitimidade para apresentar a reclamação junto ao STF porque não possuem foro no Supremo. Ainda para o ministro, não há que se falar em violação do sigilo com a divulgação das mensagens privadas obtidas mediante crime cibernético, porque os procuradores são agentes públicos e usavam seus aparelhos funcionais para tratar de processos públicos.
"Quando o direito público está em jogo, não há que se falar em sigilo", afirmou Lewandowski durante a sessão, que é presidida pelo ministro Gilmar Mendes. "O que veio à tona é extremamente grave, impactante, que deve causar perplexidade a todos aqueles com o mínimo de conhecimento sobre o devido processo legal, o que representa o Estado Democrático de Direito", completou o ministro, que ainda negou ter tomado sua decisão no fim de dezembro de forma "intempestiva", a pedido dos advogados de Lula.
Segundo o ministro, a defesa do ex-presidente estava tentando há três anos obter acesso a anexos do acordo de leniência firmado pela Odebrecht com o Ministério Público Federal e às perícias nos programas Drousys e MyWebDay, usados pelo departamento de propinas para operacionalizar os pagamentos ilícitos a políticos e agentes públicos.
Lewandowski ainda leu trechos das mensagens hackeadas para sustentar que sua decisão de liberar o acesso a Lula foi correta. Uma delas faz menção a uma suposta troca informal de informações entre os procuradores de Curitiba e o FBI, dos Estados Unidos, sobre a investigação da Odebrecht. Outra versa sobre a suposta manipulação de materiais e dados sigilosos pela força-tarefa sem o devido cuidado, como em sacolas de supermercado.
Antes de Lewandowski, a subprocuradora da República Cláudia Sampaio Marques criticou a decisão do ministro e defendeu a revogação do compartilhamento das mensagens hackeadas, argumentando que elas configuram prova ilícita, obtida mediante crime de invasão de celulares, violam os direitos fundamentais dos procuradores e ferem a jurisprudência do Supremo. Ainda faltam votar os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Kassio Marques e Gilmar Mendes.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
VALDERES
2021-02-10 12:49:05Como diria o Odorico Paraguaçu: petista juramentado.
César
2021-02-10 12:43:11Vocês publicam alguma coisa ainda referente a esse Sr? Esse desejo de justiça deveria ser sempre e não só para “os amigos” deveria se envergonhar de olhar no espelho. E isso tem vergonha na cara?
MAURICIO
2021-02-10 12:24:45Vamos lembrar disso quando ele (Lewandowski) tiver suas mensagens ranqueadas.
Vera
2021-02-09 22:52:40Levanlixo lacaio do PT e de Lula
ANTONIO
2021-02-09 18:13:16Cadê o covid que não pega nesse crápula? Mas ele não é eterno como pensa. Um dia o Brasil se livrará dessa quadrilha chamada stf.
Orchidea
2021-02-09 17:43:44O ministro Lewandowski está criando uma nova lei ,de ser lícita a obtenção de informações obtidas por meio de hackers ,criminoso comum ,que agia com intuito de obter lucro , Outrossim,o relator do processo era o ministro Fachin , houve interferência inapropriada ,simplesmente.
SERGIO
2021-02-09 16:45:38Se ele tivesse sido hackeado, estaria pedindo pena de morte para o hacker. No dos outro é refresco...
JOHN GALT
2021-02-09 16:38:55Verdade, Lewandowski vota a favor do acesso. Este julgamento ser feito pela Segunda Turma é ridículo. Lewandowski obviamente votaria a favor. Isso gera uma distorção inaceitável num julgamento justo. FFFFF FFFFC FFFCC FFCCC FCCCC 60% DE PROBABILIDADE DO JULGAMENTO SER A FAVOR. Quem quiser apostar, aposto 10 milhões de dólares que o resultado será a favor.
JOHN GALT
2021-02-09 16:38:44Verdade, Lewandowski vota a favor do acesso. Este julgamento ser feito pela Segunda Turma é ridículo. Lewandowski obviamente votaria a favor. Isso gera uma distorção inaceitável num julgamento justo. FFFFF FFFFC FFFCC FFCCC FCCCC 60% DE PROBABILIDADE DO JULGAMENTO SER A FAVOR. Quem quiser apostar, aposto 10 milhões de dólares que o resultado será a favor.
Vasconcellos
2021-02-09 16:32:45Quando a prova é considerada ilegal, o meio jurídico faz questão de vedar seu uso nos julgamentos, mesmo que ela seja verdadeira e deixe absolutamente clara a culpa do réu. Mas por que, então, a prova ilegal pode ser usada para ajudar a defesa do mesmo réu? Coisas como essa nos tiram totalmente a crença na justiça. Mas Lewandowski já rasgou descaradamente a Constituição uma vez e ficou por isso mesmo. Vivemos uma grande farsa!