Irã captura petroleiro no Golfo Pérsico e inicia enriquecimento de urânio a 20%
A agência de notícias oficial iraniana Fars anunciou nesta segunda, 4, que um petroleiro de bandeira sul-coreana foi sequestrado no Estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico. A agência alegou "poluição ambiental" como o motivo da ação. Lanchas da Guarda Revolucionária do Irã escoltaram o navio Hankuk Chemi (foto) até um dos portos do país. O...
A agência de notícias oficial iraniana Fars anunciou nesta segunda, 4, que um petroleiro de bandeira sul-coreana foi sequestrado no Estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico. A agência alegou "poluição ambiental" como o motivo da ação.
Lanchas da Guarda Revolucionária do Irã escoltaram o navio Hankuk Chemi (foto) até um dos portos do país. O petroleiro tinha zarpado da Arábia Saudita.
Sequestrar ou atacar navios no Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo mundial, tem sido uma prática recorrente do Irã. Em junho de 2019, duas embarcações sofreram explosões no casco. O secretário de estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, culpou o Irã. Em seguida, um navio petroleiro britânico foi capturado pela Guarda Revolucionária do Irã. Como resposta, a Marinha inglesa enviou uma fragata para proteger o trânsito marítimo no local. No dia 31 de dezembro de 2020, uma mina magnética foi encontrada grudada a um casco de um navio de bandeira da Libéria, e não explodiu.
O sequestro do navio sul-coreano volta a elevar a tensão na região. Neste domingo, 3, completou um ano da morte do general iraniano Qassem Soleimani por um drone americano nos arredores do aeroporto de Bagdá, no Iraque. Antevendo problemas com a aproximação da data, os Estados Unidos enviaram bombardeios B-52 e um submarino nuclear para o Golfo Pérsico.
Nesta segunda, 4, o Irã também iniciou o enriquecimento de urânio a 20% na instalação subterrânea de Fordo, por ordem do presidente Hassan Rouhani. Ao ser enriquecido a 20%, o urânio não tem mais como finalidade a produção de eletricidade, e fica a um passo da pureza necessária para ser usado em uma bomba nuclear. "Com o enriquecimento a 20%, os iranianos pretendem forçar o governo de Joe Biden, que toma posse dia 20, a retornar ao acordo nuclear com as grandes potências", diz o cientista político brasileiro Hussein Kalout, pesquisador da Universidade Harvard. "Se os iranianos moderados não conseguirem um novo acordo, eles serão massacrados nas eleições de junho e os políticos de linha-dura retomarão o poder."
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Comentários (2)
Carlos
2021-01-04 18:52:20República Democrática do Irã, segundo os progressistas que seriam os ex comunistas e socialistas. Certamente o PT e a Greta irão emitir nota de apoio ao ato ecologico.
Francisco
2021-01-04 11:58:10Esses governantes atuais são os "Moderados?"