O efeito do coronavírus sobre a aprovação dos presidentes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), anunciou na madrugada da sexta, 2, que está com coronavírus. No mesmo dia, ele foi internado em um hospital militar. A doença prejudicará sua campanha eleitoral, mas os impactos em sua aprovação são incertos. Uma das possibilidades é a de que Trump seja beneficiado por um sentimento de solidariedade,...
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), anunciou na madrugada da sexta, 2, que está com coronavírus. No mesmo dia, ele foi internado em um hospital militar. A doença prejudicará sua campanha eleitoral, mas os impactos em sua aprovação são incertos. Uma das possibilidades é a de que Trump seja beneficiado por um sentimento de solidariedade, com os americanos se sensibilizando com sua condição.
O primeiro líder mundial a pegar a doença foi o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em abril. Acusado de não dar a devida importância para a pandemia, ele ficou um mês no hospital. O apoio popular a Johnson havia subido para mais de 50% quatro dias antes de seu diagnóstico de Covid ser anunciado. Os britânicos confiavam que o primeiro-ministro poderia protegê-los da doença. Depois de Johnson contrair a Covid, sua aprovação foi caindo lentamente até chegar aos atuais 30%. O efeito empatia não aconteceu.
Jair Bolsonaro conseguiu o efeito inverso. O primeiro teste positivo para o coronavírus do presidente saiu no início de julho, quando sua aprovação estava em 32%. Na segunda quinzena de agosto, sua aprovação subiu para 37%, segundo o Datafolha. Só que o principal fator a explicar esse aumento não foi um possível sentimento de solidariedade, mas o auxílio emergencial de 600 reais, que o impulsionou principalmente no Nordeste. No final de setembro, a aprovação a Bolsonaro chegou a 40%, a maior desde que ele tomou posse.
No caso de Trump, ainda que o presidente tenha feito pouco caso da pandemia, é possível que a doença melhore sua aprovação. "Uma doença como essa gera simpatia, e o fato de Trump ser do grupo de risco aumenta as chances de isso acontecer", diz o cientista político Adriano Cerqueira, do Ibmec de Belo Horizonte. "Com Trump internado, provavelmente uma trégua será feita, porque a população agora estará preocupada com a saúde de Trump. Isso certamente terá um grande impacto no eleitorado."
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Comentários (1)
Emilio Cêdo
2020-10-03 09:32:29Vai estimular a solidaridade tacanha dos incautos, como também vai livrá-lo como a "Facada no Mito", de se expor mais na campanha e nos debates. Pelo jeito o marqueteiro dele está copiando o seu "migo" (que tem feito um "fantástico" job): é a "Facada do Trump". Claro que se fosse um "atentado" teria mais dividendos neste mundo de ignorância, idiotia e escapismo. Mas investigação sobre "atentado" nos Estados Unidos é séria e ele seria facilmente desmascarado.