Se acordo Mercosul-UE naufragar, problemas ambientais podem se 'agravar', avalia governo
O Itamaraty, de Ernesto Araújo (foto), e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de Tereza Cristina, afirmaram nesta terça-feira, 22, que, se o acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a União Europeia não entrar em vigor, os problemas ambientais podem se "agravar". Além disso, avaliam as pastas, o descompasso "passaria mensagem...
O Itamaraty, de Ernesto Araújo (foto), e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de Tereza Cristina, afirmaram nesta terça-feira, 22, que, se o acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a União Europeia não entrar em vigor, os problemas ambientais podem se "agravar". Além disso, avaliam as pastas, o descompasso "passaria mensagem negativa e estabeleceria claro desincentivo aos esforços do país para fortalecer ainda mais sua legislação ambiental".
"Malogro em ratificá-lo implicará lacuna importante no fortalecimento da relação entre as partes e na reiteração de um livre comércio sustentável e responsável, que proporcionará prosperidade com preservação da natureza, resultante da melhoria das condições econômicas", disseram.
Os duros recados constam de nota disparada pelos ministérios dias após a divulgação de um relatório encomendado pelo governo francês e redigido por um comitê de especialistas independentes que levou o primeiro-ministro do país, Jean Castex, a se opor ao acordo. Divulgado na última semana, o documento alertou para os riscos ambientais que o acerto pode acarretar.
Entendeu-se, por exemplo, que o acordo vai levar a um aumento significativo nas exportações de carne bovina dos países do Mercosul para a UE, o que resultaria numa alta do desmatamento e das emissões de gases estufa. O governo federal rebateu a informação. Com indicadores das gestões de Lula e Dilma Rousseff, argumentou que "o Brasil já mostrou que é capaz de aumentar sua produção de carne, soja e milho ao passo em que diminui o desmatamento".
"De 2004 a 2012, o desmatamento da região chamada de Amazônia Legal caiu 83%, enquanto que a produção agrícola subiu 61%. Nesse mesmo período, o rebanho bovino cresceu em mais de 8 milhões de cabeças, chegando a 212 milhões em 2012. Esses dados inserem-se em tendência histórica de intensificação da agropecuária brasileira e dos decorrentes ganhos de produtividade, em sintonia com a preservação ambiental", anotou.
O acerto de livre comércio foi assinado no ano passado. Para entrar em vigor, porém, precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu e nos congressos nacionais dos países que integram a União Europeia. O problema é que algumas nações têm se posicionado contra a ratificação do acerto por preocupações com a preservação da Amazônia.
"O governo brasileiro refuta qualquer afirmação de que o acordo aumentaria a destruição da floresta amazônica. Reafirma que o acordo traz compromissos adicionais aos direitos ambiental e comercial multilateral para regular os fluxos comerciais atuais e futuros a bem da garantia da sustentabilidade ambiental", emendaram os ministérios de Ernesto Araújo e Tereza Cristina.
Em outra ponta, a gestão Jair Bolsonaro considerou que o relatório encomendado por Paris "revela as reais preocupações protecionistas" do governo Emmanuel Macron "ao tratar das concessões agrícolas feitas pela UE ao Mercosul".
Esta não é a primeira vez que a vigência do acordo é colocada em dúvida. Em agosto, o vice-presidente Hamilton Mourão, que "parece" que, apesar dos esforços empreendidos no ano passado, o acerto "começa a fazer água".
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Comentários (10)
FRANCISCO
2020-09-23 15:24:59Tudo culpa do cappo della famiglia Bolsonaro e da Junta Militar que o acompanha!
FRANCISCO
2020-09-23 15:23:49Tudo culpa do cappo della famiglia Bolsonaro e da Junta Militar que o acompanha!
Leandro
2020-09-23 13:16:15Meu Deus. Deveria ter uma contagem da morte por vergonha. Meu corpo saíra da capela real grandeza amanhã neste mesmo horário. Causa mortis - colapso causado por crise de vergonha.
FRANCISCO
2020-09-23 10:19:06E chantagear a UE vai ajudar? Como eles sobreviveram até agora?
Lilian
2020-09-23 02:59:58Não fechem mesmo o acordo! Deixem que os ruralistas amarguem perdas reais em redução no mercado externo, só assim vão aprender a atuar de forma ética e sustentável. É bom para o mercado interno também!
Leonor
2020-09-22 22:52:13olhar a foto desse cara causa asco!
Juarez
2020-09-22 17:59:18Sempre existiu e sempre existirá um grupo de países pelo mundo que jamais permitem qualquer país de prosperar pelos seus méritos, é como o clube do bolinha. China se superou devido sua mão de obra praticamente grátis e ai sim o clube do bolinha fecha os olhos para isso pois o capitalismo fala mais alto. Nenhum governante se preocupa com seu povo e sim com as finanças do clubinho.
Jose
2020-09-22 17:58:02Quanto besteirol. O agronegócio brasileiro só melhorou a sua performance porque a Marina Silva, quando ministra, enquandrou todo mundo, cortou subsidios dos bancos oficiais e criou milhões de unidades de conservação, tirando terras públicas das mãos dos grileiros. Então o agronegócio não teve para onde correr. Veio a Dilma e desfez tudo o que a Marina tinha feito. Veio o Bozo e deixou a boiada passar. Agora é tarde. Ninguém tem mais paciência com um país que gosta de retrocesso!
Alberto, o de sempre
2020-09-22 17:50:16Esses franceses, alemães, noruegueses, finlandeses e suecos vão se alimentar de quê? Sem comida, o que vai valer seu rico dinheirinho? Como diz o bom mineiro, "deixelis".
Maria
2020-09-22 17:19:25É isso que dá mentir .Bolsonaro não aceita seus erros.sempre culpa alguém ou algo.vao perder este acordo devido as mentiras