Clientes de Dario Messer vão pagar R$ 150 milhões em acordo com o MPF
Em dois acordos firmados com a força-tarefa da Lava Jato no Rio, três clientes de Dario Messer (foto), conhecido como "doleiro dos doleiros", comprometeram-se a pagar 150 milhões de reais em multas. Os acertos foram homologados pela 7ª Vara Criminal do Rio. O chamado "acordo de não-persecução penal" prevê que os investigados confessem os crimes...
Em dois acordos firmados com a força-tarefa da Lava Jato no Rio, três clientes de Dario Messer (foto), conhecido como "doleiro dos doleiros", comprometeram-se a pagar 150 milhões de reais em multas. Os acertos foram homologados pela 7ª Vara Criminal do Rio.
O chamado "acordo de não-persecução penal" prevê que os investigados confessem os crimes e realizem o repasse de recursos aos cofres públicos. Em troca, o Ministério Público não os denuncia. A Lava Jato não revelou os nomes dos beneficiários.
Conforme o acerto, os três clientes de Messer usaram quatro offshores mantidas ilegalmente no exterior. Os valores alocados em contas internacionais eram fruto de herança e de sonegação fiscal. No acordo com o Ministério Público Federal, eles descrevem o caminho do dinheiro guardado em outros países por meio do sistema de câmbio paralelo da organização criminosa dos doleiros Dario Messer, Vinícius Claret e Cláudio de Souza.
Os acertos com o MPF são resultado da delação premiada de Messer, que entregou 3 mil empresas offshores, sediadas e com contas bancárias em mais de 50 países. As investigações foram aprofundadas graças a procedimentos de cooperação jurídica internacional.
“Os acordos de não-persecução penal firmados conjugam eficiência na recuperação de ativos e celeridade processual, permitindo uma resposta justa e adequada a crimes praticados pela extensa teia de lavagem de dinheiro revelada pela Operação Câmbio e Desligo”, afirma Eduardo El Hage, procurador da República e coordenador da força-tarefa.
Em um dos acordos, dois empresários contaram que enviaram ao exterior a maior parte dos recursos ilícitos entre as décadas de 80 e 90. As remessas, no entanto, perduraram até 2012. O dinheiro teve origem na sonegação de impostos da empresa deles, que atuava no setor de impressões industriais para companhias de diversas áreas, como de informática e de equipamentos médicos.
Os valores eram mantidos em contas no Banco Safra de Luxemburgo e, na Suíça, no Banco Audi e no Banco UBP. Neste acordo, serão pagos aproximadamente 24,1 milhões de dólares, equivalente, no câmbio atual, a aproximadamente 127 milhões de reais.
No segundo acordo, o cliente de Messer demonstrou que valores guardados no exterior eram decorrentes de heranças recebidas em 1993 e 2007. O dinheiro ficava em conta no VP Bank, em Liechtenstein. Esta pessoa vai pagar 4,35 milhões de dólares -- cerca de 23 milhões de reais.
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Comentários (1)
Maria
2020-09-05 15:22:48Que maravilha!!! Devolvem um pouco do dinheiro roubado e vão “viver livre, leve e solto”. Gastando o muito que sobrou e com mais tarimba pra voltar a roubar. Este é o BRASIL.