Rafael Hupsel/Folhapress

Os homens de Bolsonaro

Saiba quais são os integrantes do estado-maior de Bolsonaro e em que medida exercerão influência no governo do presidente eleito
28.10.18

De general a pastor, o estado-maior de Jair Bolsonaro tem políticos e militares de diferentes perfis. Alguns dos integrantes do círculo mais próximo do presidente eleito já foram anunciados como ministros. Outros aguardam os próximos dias para saber quais funções terão no novo governo. Há ainda, entre os homens do presidente, quem não ocupará posição formal no organograma do Palácio do Planalto, mas terá papel importante nas decisões do governo. Confira, a seguir, quem é quem.

 

Augusto Heleno Ribeiro, o conselheiro-sênior

General da reserva, comandou a missão brasileira de paz no Haiti e ocupou outros postos importantes na hierarquia do Exército. Foi cotado para ser vice de Bolsonaro, mas não pôde assumir o posto por questões partidárias. Goza de muito prestígio entre os militares, motivo pelo qual já foi anunciado ministro da Defesa pelo novo presidente. Será responsável pela interlocução com as Forças Armadas.

 

Eduardo Bolsonaro, o língua-solta

Terceiro filho de Bolsonaro, reelegeu-se neste ano para o segundo mandato de deputado federal com a maior votação da história. É formado em direito e atuou como escrivão da Polícia Federal. É um dos maiores defensores da liberação das armas no Congresso. No novo governo, será um dos principais condutores do PSL na Câmara, partido que elegeu a segunda maior bancada da Casa. Recentemente, declarou que bastavam “um cabo e um soldado” para fechar o Supremo, ao ser indagado o que o ocorreria se o STF cassasse a candidatura do seu pai.

 

Flávio Bolsonaro, o filho comedido

Filho mais velho de Bolsonaro, foi eleito senador pelo Rio. Advogado, é deputado estadual desde 2003. Assim como o pai, é defensor do regime militar de 1964 e de uma agenda de segurança como a redução da maioridade penal e a flexibilização do estatuto do desarmamento. No novo governo, será responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com o Senado. É tido como o mais ponderado dos três filhos políticos do novo presidente.

 

Carlos Bolsonaro, o oráculo cibernético

Filho do meio de Jair Bolsonaro, é o principal responsável pela estratégia de redes sociais do presidente eleito. Vereador pelo Rio, é o que passa mais tempo ao lado do pai. Foi o único filho que ficou com Bolsonaro em São Paulo durante o período em que o então candidato esteve internado após sofrer o atentado. Avesso à imprensa, raramente dá entrevistas e não costuma se socializar nem com os outros políticos aliados – alguns o chamam de “bicho do mato”. É considerado o mais radical dos três filhos – e também o que Bolsonaro mais escuta.

 

Gustavo Bebianno, o faz-tudo

Presidente do PSL, o advogado carioca de 54 anos, lutador de jiu-jítsu, é neófito na política. Em dois anos, passou da condição de fã anônimo para um dos principais auxiliares de Bolsonaro. Ao lado do candidato, foi responsável por toda a agenda e estratégia de campanha. É cotado para o Ministério da Justiça.

 

Hamilton Mourão, o vice desencapado

O vice-presidente eleito é general da reserva e presidente licenciado do Clube Militar. É filiado ao PRTB, partido presidido por Levy Fidelix. Sempre foi considerado da ala mais radical do Exército. Causou problemas na campanha por declarações polêmicas como críticas ao décimo-terceiro salário e à defesa de uma nova Constituição feita por uma comissão de notáveis, sem uma Assembleia Constituinte.

 

Magno Malta, o pastor

O senador é, hoje, um dos principais aliados de Bolsonaro no Congresso Nacional. Era o preferido do presidente eleito para ser seu vice, mas acabou rejeitando o posto com receio de abrir mão do que considerava ser uma reeleição fácil para o Senado pelo Espírito Santo. Derrotado, acabou sem nada. Mas a tendência é que Bolsonaro o convide para um cargo no governo. Evangélico, tem grande entrada no segmento em todo o país.

 

Onyx Lorenzoni, o jogador

Deputado federal desde 2003 pelo Rio Grande do Sul, decidiu apostar em Bolsonaro quando poucos acreditavam que ele poderia ser eleito. Já foi anunciado como ministro da Casa Civil. Articula desde o início do ano o que seria o embrião da base parlamentar do novo governo. Será responsável por fazer a interlocução do Executivo com o Legislativo. Integra a bancada da segurança no Congresso, também conhecida como “bancada da bala”.

 

Oswaldo Ferreira, o trator

O general da reserva chefiou do Departamento de Engenharia e Construção do Exército. Durante a campanha, foi responsável pela elaboração do plano de Bolsonaro para a área de infraestrutura. É cotado para ser ministro dos Transportes ou de uma pasta mais ampla, que agregaria demais órgãos encarregados do setor.

 

Paulo Guedes, o “Posto Ipiranga”

Economista carioca e coordenador do programa de governo de Bolsonaro, aproximou-se do candidato no final de 2017, quando ele buscava alguém para se aproximar do mercado. Acabou virando seu fiador econômico. Já foi anunciado como ministro da Economia, nova pasta que deverá abarcar o ministério da Fazenda e outros da área econômica do governo.

 

Paulo Marinho, o agente empresarial

O empresário é primeiro-suplente na chapa de Flávio Bolsonaro. Integrante da elite carioca, tem um histórico de polêmicas no meio empresarial. Foi alvo, por exemplo, de embates com o banqueiro Daniel Dantas e com o também empresário Nelson Tanure. Deve ser um dos responsáveis por fazer a conexão de Bolsonaro com o meio empresarial.

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