DiogoMainardina ilha do desespero

“O que eu teria feito sem uma arma?”

02.05.18

O homem civilizado precisa de uma arma.

É o que ensina Robinson Crusoé.

O protagonista do romance de Daniel Defoe – todo mundo conhece a trama – naufraga na Ilha do Desespero, na foz do Orinoco, na Venezuela.

Em vez de se reduzir a um estado selvagem, ele reproduz na ilha deserta o que a sociedade civilizada tem de mais essencial.

Robinson Crusoé passa vinte e oito anos na Ilha do Desespero.

Nas próximas vinte e oito semanas, eu, Diogo, na minha Ilha do Desespero, vou listar tudo aquilo de que Robinson Crusoé precisou para construir um simulacro de vida civilizada na distopia tropical.

Item número 1: uma arma.

Ou melhor: um arsenal.

Nos restos de seu navio naufragado, Robinson Crusoé encontra duas espingardas e duas pistolas, além de pólvora e duas espadas enferrujadas.

Em seguida, ele encontra também sete mosquetes, dois barris de balas e mais uma espingarda.

Com as armas, ele mata aves, bodes e gatos selvagens, para se alimentar ou se defender.

Ele mata também dois canibais que se preparam para comer Sexta-Feira, o índio que ele converte para o cristianismo e que se transforma em seu servo.

Depois de algum tempo na Ilha do Desespero, Robinson Crusoé comenta com ele mesmo (ele sempre fala sozinho):

“O que eu teria feito sem uma arma, sem munição?”

Ele teria morrido.

O homem civilizado precisa de uma arma. Sim, pode ser uma arma metafórica, mas tem de disparar balas de verdade.

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