DiogoMainardina ilha do desespero

O garantista

21.06.19

Celso de Mello. O destino da Lava Jato depende dele. Se ele anular o processo de Lula, associando-se a Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, a Lava Jato acaba. Se ele não anular, unindo-se a Cármen Lúcia e Edson Fachin, a Lava Jato continua.

Já passamos por isso no passado. Com o STF rachado, a Lava Jato foi salva, mais de uma vez, por um único voto. Os lulistas contam com Celso de Mello, porque ele é considerado um garantista. Em 1994, por exemplo, ele inocentou Fernando Collor. Para inocentar Lula, porém, ele teria de condenar Sergio Moro, considerando-o suspeito para julgar o chefe da ORCRIM. Com quais argumentos? Com meia dúzia de frases roubadas por hackers e pescadas por um site? Com mensagens picotadas, possivelmente adulteradas, que nem foram anexadas pela defesa? Com conversas informais que não mostram nenhum crime? Um garantista como Celso de Mello pode condenar Sergio Moro sem provas válidas e sem contraditório, tirando da cadeia um criminoso sucessivamente condenado pelo TRF-4 e pelo STJ?

O fato é que o escândalo das mensagens roubadas a Deltan Dallagnol encolheu, como disse o professor de Harvard citado repetidamente por Sergio Moro, em sua sabatina na CCJ do Senado (sim, ele leu o texto em O Antagonista). Os únicos que ainda tentam inflar o caso são aqueles que, por um motivo ou por outro, sempre atacaram a Lava Jato: os advogados dos presidiários, a esgotosfera petista, os lulistas da Folha de S. Paulo, os defensores de Michel Temer no Estadão, os colunistas preferidos de Renan Calheiros – em particular, Elio Gaspari – e os delatados que resgataram determinados veículos de imprensa dos escombros, depois de seu desmoronamento.

Celso de Mello pode reexumar os cadáveres putrefatos dos criminosos condenados pela Lava Jato. Ou pode enterrá-los de uma vez por todas, permitindo que o Brasil se reconstrua. Não é uma escolha tão complicada assim.

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