Hermanos necessários
Foi de surpresa, na tarde da segunda-feira, 9, que o vice-presidente, Hamilton Mourão, tomou conhecimento de que seria ele o representante do governo brasileiro na posse do presidente argentino Alberto Fernández, marcada para o dia seguinte. Desde que Jair Bolsonaro negou-se a ir ao evento, a decisão sobre quem representaria o país gerou muita discussão nos corredores do Palácio do Planalto, Congresso e Itamaraty. O ministro da Cidadania, Osmar Terra, e o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Sérgio Danese, estavam cotados para participar da cerimônia, até que o nome de Mourão se impôs.
A tensão entre os dois países rapidamente se dissipou quando os argentinos gentilmente acolheram Mourão. Fernández fez, inclusive, uma menção especial ao Brasil em seu discurso no Congresso. Sinal de que as arestas haviam sido aparadas. “Com o Brasil, particularmente, temos de construir uma agenda ambiciosa, inovadora e criativa, respaldada pela irmandade histórica de nossos povos, que vai muito além de qualquer diferença pessoal dos que governam na atual conjuntura”, disse o presidente. Em seguida, o futuro embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, tirou uma foto com o vice-presidente no Congresso, dizendo que Mourão tinha se mostrado gratificado pela referência ao Brasil e se comprometido a transmitir a sua satisfação ao presidente Jair Bolsonaro. Na noite da quarta-feira, 11, Bolsonaro convidou Alberto Fernández para uma visita.
De fato, Brasil e Argentina compartilham um passado e um futuro comum que, pela visão diplomática, não deveria dar motivos para rancores. “A relação bilateral é de uma naturalidade absoluta. Não temos nenhum contencioso. Não há problemas de fronteiras nem de imigração. Há duzentos anos, esses países importam um do outro”, diz Marcos Azambuja, que, nos anos 90, por seis anos foi embaixador em Buenos Aires. “O difícil é explicar como, às vezes, surgem esses disparates. Essas brigas vão contra a história, a geografia, a economia, o comércio.” Nos últimos tempos, no entanto, atritos políticos têm aparecido com frequência. “A relação bilateral vem degringolando há anos. Durante o governo de Lula, Néstor e Cristina Kirchner montaram uma aliança com o venezuelano Hugo Chávez para diluir a influência do Brasil na região”, diz Matias Spektor, professor da Fundação Getúlio Vargas.
Após a eleição de 2018, Jair Bolsonaro disse que sua primeira viagem oficial internacional não seria para a Argentina, como de praxe, mas para o Chile ou para os Estados Unidos. Macri, como resposta, não compareceu à posse em Brasília no dia 1º de janeiro. Preferiu aproveitar as férias com a família na Patagônia. Os dois só se encontrariam no dia 16, quando Macri voou para Brasília.
Aos poucos, Bolsonaro e Macri ficaram mais próximos. Os dois se uniram no Grupo de Lima para condenar a ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela, e buscar uma solução para a crise em Caracas. Outro aspecto que cimentou a relação foi a postura mais aberta para o comércio internacional. Com Bolsonaro e Macri, o Mercosul deixou de lado o protecionismo e avançou em negociações comerciais. Fechou um acordo com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), que inclui Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.
Na política, tudo dependerá se Bolsonaro e Fernández voltarão a usar um ao outro para se cacifar internamente. A menção especial de Fernández ao Brasil em seu discurso de posse e o convite de Bolsonaro ao argentino mostram que, por ora, eles não pensam nisso. “Fernández deu sinais claros de que vai assumir uma postura presidencial. Sua vice, Cristina Kirchner, pode continuar falando de Lula, mas isso terá muito menos impacto”, diz o cientista político Mathias Alencastro, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Não se pode perder de vista, contudo, que mesmo o menor aceno de Fernández ao ditador Maduro ou ao Foro de São Paulo e seus integrantes pode causar tremores. Outro tema delicado é Evo Morales. Nesta quinta-feira, 12, o ex-presidente da Bolívia viajou para a Argentina e pediu refúgio. Ele conta com apoio integral do novo governo da Argentina, que acha que Morales foi vítima de um golpe de estado. Para o governo brasileiro, a história não cola. Ninguém espera que os dois países falem a mesma língua ao abordar tais assuntos, e sim que a ideologia não atrapalhe os negócios.
Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.
Cristina vai dar um tombo em Alberto que vai ser bonito de ver. Ali juntaram Urutu e Cascavel,ela deixou claro,quer ser chamada de PresidentA,pobres Hermanos!!!
O Brasil não precisa ser amigo deste tipo de governo que botaram lá, basta apenas fazer negócios bons para os brasileiros. Fim.
Argentinos sempre sabotaram o Mercosul no que tange a abertura do seu mercado, só a exportação lhe interessa. Agora tende a piorar com o governo sindicalista de esquerda.
O comentário é coerente mas está fundamentado na estabilidade ideológica falha da Argentina, me parece bastante inocente, e ao estado de aceitação de Bolsonaro com esse governo de esquerda que também me parece pouco provável. Acho que na prática não teremos essas boas relações entre nós e Argentina
As desavenças vão continuar ,mas agora a postura do Brasil não é mais de submissão .O comércio vai fluir porque na verdade um precisa do outro .
Visinho incomoda até em reunião de condomínio. A Tristinha Kitsch deverá ficar manobrando para prejudicar o Brasil, como sempre fez.
Diga com quem anda que direi quem tu és, Brasil acima de todos, Deus acima de tudo
Antes eu imaginava que a Argentina estava a caminho da Veneza, hoje tenho certeza. Espero não sermos invadidos por essa sub-raça. Quanto a povo irmão está certo o Presidente Argentino. Errado seria POVO AMIGO . Porque amigo agente escolhe.
O Brasil tem que sair do Mercosul. Se amarrar a Argentina para proteger multinacionais do setor automobilístico coloca todo mundo no buraco.
Tenho medo desse retrocesso. Pode acontecer aqui também. Tomara que não.
O Brasil que trate de achar outros parceiros comerciais, pois é esse governo vai terminar de fechar a porta do caixão da Argentina! Os coitados (nem tanto, pois escolheram assim) não vão conseguir comprar nada da gente
Não acredito em Fernández muito menos em Kirchner, acho que será uma relação difícil com Bolsonaro que não é nada fácil.
Sem comentarios. Prefiro aguardar no que vais dar este isentismo do Governo Brasileiro para com estes vermes!
O Trump que tem discurso virulento contra comunismo e socialismo , e é o maior parceiro comercial da China Comunista , maior comprador de petróleo da Bolivariana Venezuela , etc. Bolsonaro que tem um verdadeiro fetiche pelo presidente americano deveria seguir seu exemplo nas relações comerciais com a Argentina nossa parceira e vizinha , e orientar suas convicções ideológicas para discursos políticos. Nós o elegemos para melhorar a vida dos brasileiros e não para exportar ideologia .
Pelo jeito você não está entre os que o elegeram. rsrs
O Brasil tem que manter um bom relacionamento diplomático e comercial com a Argentina. Deixando que Fernández e Cristina "dancem" o último tango da tragédia peronista nesta hoje pobre, confusa e desafortunada Argentina.
Não acho que Bolsonaro devia ter feito comentários a favor de nenhum dos candidatos. As regras diplomáticas ensinam isso. Mas não podemos esquecer que Lula fez opções claras quando presidente, inclusive com participação nas campanhas eleitorais de Evo, Cristina e Raphael. Isso a imprensa não achou errado e criticou.
Infelizmente o Macri não conseguiu se reeleger, porem nada tem a ver com a relação diplomática entre Brasil e Argentina que precisam continuar ligadas. Quem perde é a Argentina porque se começarem com atitudes de enfrentamento vai ter troco...
O único problema de Fernandez é relativizar a corrupção. Gritar Lula livre é muito mais grave do que qualquer coisa que Bolsonaro falou
Sem viés ideológico, tudo pode se ajeitar.
Ideologia + corrupção = merda A sinergia entre Brasil e Argentina pela meritocracia, só trará incríveis benefícios
Entre BRA e ARG, tem que liberar a fronteira, expandir mercado, e entender que são países que se complementam. Brasil tem amazônia e pantanal, Argentina tem os Andes e a Patagônia, uma faz calor, outro neva, a indústria de ambos se somadas frente ao mundo, ganham muito mais força. O Argentino quando vem ao Brasil fica tao encantado que em Buzios e Floripa eles tomam conta dos imoveis. O Brasileiro agora é o melhor turista pra ARG. Liberem as exportações, taxa 0%, sem mimimi e vamos em frente
Os Argentinos de Modo geral que os conheço ânsia de 86 anos são muito pedantes!! crentes questão europeos!! FDP deixa de lado ese. País que não tem. Muita coisa para o. Brasil , vinho ruim Lkkkkkk
Discordo. O vinho argentino, principalmente de Mendoza, dá de 10x0 nos brasileiros, por 1/4 do preço. Recomendo provar o 33.
Crusoé tá ficando mais do mesmo.#acabouasuperacaodaexpectativa
O Doce de Leite Viçosa é o melhor da AL, há uma boa temporada. 👏👏👏👏
Quando a esquerda tira o Paraguai do Mercosul por ter um presidente da direita pode,.
A Argentina precisa muito mais do Brasil, do que o contrário. Sua situação econômica, política e social é muito pior. Bolsonaro é pragmático, como já demonstrou com a China e os países árabes, onde também previam crises. Aguardemos
Esse governo argentino é inimigo declarado do Brasil e se deixar, sabotam o nosso país. Hermanos meus que não são, Deus me livre. Não temos nada em comum com a Argentina, nem culturalmente, nem historicamente, quase nada economicamente. Agora que tem o doce de leite Viçosa, nem para isso servem mais.
Brasileiro como o Marcos é sinal de que, sim, a Argentina esbanja, historicamente, uma melhor cultura que a brasileira. O rapaz esbraveja: "Não temos nada em comum, etc". Quem dera fossemos a Argentina em cultura, Marquito. Imagina teu país com Borges, Argerich, Barenboim, Bioy Casares, Cortázar, 5 prêmios Nobel e mais de 8 Oscar. Conheça Córdoba, ou leia sobre o tema, e verás a ligação economica entre os dois povos. Doce de leite Viçosa, bem, aí é o próprio delírio verde-e-amarelo.
Gente, e não é que o doce de leite Viçosa conseguiu superar o dos hermanos.
Gostei da parte do “doce de leite VIÇOSA. É muito bom mesmo.