DiogoMainardina ilha do desespero

Ele é burro

30.07.21

Jair Bolsonaro é burro. Sou um especialista no assunto. Venho matutando sobre sua burrice patológica desde a campanha eleitoral, tanto em O Antagonista quanto na Crusoé. Algum tempo atrás, por exemplo, eu disse:

“Há um fator que não pode ser desconsiderado quando se trata de Jair Bolsonaro: a burrice. Se uma coisa funcionou uma vez, ele a repete sem parar, como uma galinha.”

A burrice cacarejante de Jair Bolsonaro jamais poderá isentá-lo dos crimes cometidos durante a epidemia, mas ela foi uma comorbidade que agravou a tragédia. Eu disse também:

“Jair Bolsonaro é burro. Paulo Guedes é burro (…). A burrice é assassina. Os números provam isso, Eduardo Pazuello prova isso, a aposta na cloroquina prova isso. O sociopata conta com o emburrecimento do eleitorado para se reeleger. Eu penso o contrário. Eu penso que, quando a burrice mata, até os burros fogem dela.”

Em 11 de dezembro de 2020, quando Jair Bolsonaro ainda sabotava a vacina, comentei:

“Duvido que a Coronavac eleja João Doria em 2022. Mas tenho certeza de que ela vai gerar anticorpos potentes e duradouros contra a estupidez bolsonarista (…). Jair Bolsonaro não tem pressa. Por isso ele vai se danar. Por isso ele vai ser extirpado do Palácio do Planalto. Por isso ele vai permanecer, na memória nacional, como o presidente mais burro e incapaz da história.”

Eu tinha razão. Sete meses mais tarde, o Datafolha mostrou que 57% dos brasileiros consideravam Jair Bolsonaro “pouco inteligente” – ou burro.

Até recentemente, o jornalismo mais burro interpretava a burrice de Jair Bolsonaro como um sinal de esperteza, e isso acabou alimentando em seu eleitorado a fantasia abestalhada de que ele tinha um plano estratégico, capaz de engabelar a corriola brasiliense. O resultado é sabido: Ciro Nogueira, que não é propriamente um portento intelectual, encabrestou-o, assim como Gilmar Mendes, cuja falta de escrúpulo costuma ser confundida com sagacidade. Ao mesmo tempo, mais da metade de seu eleitorado fugiu desembestado, e nunca mais vai voltar.

A burrice bolsonarista detona o futuro do Brasil. O único consolo – parcial – é que ela acaba detonando também o futuro do próprio Jair Bolsonaro.

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