LeandroNarloch

A OMS adverte: “Love”

17.04.20

O pandemônio das últimas semanas rendeu declarações assustadoras e intrigantes. Segure-se que lá vão alguma delas:

“Deveríamos tornar o confinamento permanente para combater o aquecimento global”.

“A pandemia evidencia a crise do capitalismo.”

“É só uma gripezinha.”

A mais perturbadora de todas apareceu na minha timeline ontem, quinta-feira, 16, às 14h45. No Twitter, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus (doravante Dr. Tedros), declarou solenemente:

“Love.”

Só isso mesmo, leitor: “amor” e ponto final.

Todo o dia o Jornal Nacional, naquele tom didático e moralista, me manda seguir as recomendações da OMS. Fui ver as recomendações da OMS e elas diziam:

“Love.”

A OMS é fonte de toda a autoridade científica sobre o vírus, dizem os jornalistas. Então seria o amor a nova cloroquina? Estaria o diretor-geral da OMS recomendando amor em vez de ficar em casa? Não, né. O amor aproxima as pessoas, tudo o que não precisamos nesta quarentena.

Acompanho o perfil da OMS e do dr. Tedros porque espero respostas para as pataquadas da organização durante essa crise. A OMS agiu no início da epidemia como marionete da China, fingindo que a situação estava sob controle. Em 14 de janeiro, avisou pelo Twitter:

“Investigações preliminares conduzidas pelas autoridades chinesas não descobriram evidências de transmissão entre humanos do novo coronavírus identificado em Wuhan.”A essa altura, Hong Kong já sabia de uma epidemia de pneumonia no sul da China. Já tinha aumentado a inspeção de viajantes vindos de Wuhan, já havia restringido visitas a hospitais, já discutia a necessidade de uma quarentena. Mas a OMS preferiu confiar nas autoridades da ditadura chinesa.

Estudos mostram que o coronavírus seria contido localmente se a China, em vez de perseguir médicos e jornalistas que alertavam sobre o problema, tivesse agido três semanas antes. Mas o dr. Tedros preferiu fechar os olhos para isso e elogiar seus financiadores: “De muitas maneiras, a China está definindo um novo padrão para a resposta a surtos. Não é exagero”, disse ele em 30 de janeiro. Não é exagero: é amor.

Catorze dias depois, quando o vírus já se espalhava pela Itália, Irã e França, um executivo da OMS disse que a epidemia estava controlada no mundo. “Não há aumentos dramáticos de transmissão fora da China”, disse.

Como conta o Cedê Silva no vídeo “Os Interesses Inconfessos da OMS”, de O Antagonista, uma das primeiras ações do Dr. Tedros na direção da organização foi nomear Robert Mugabe embaixador da boa-vontade. Decidiu revogar a decisão no dia seguinte, pois não pegou bem dar um título desses para um dos mais desastrosos ditadores da África.

Por que o Dr. Tedros toma tantas decisões erradas? Não deve ser falta de caráter nem ignorância. Deve ser outra coisa: “love”. Dr. Tedros ama demais – mas ama as pessoas erradas.

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