DiogoMainardina ilha do desespero

A arte mama

20.12.19

Fernanda Montenegro disse à rádio Gaúcha que “a arte não mama no governo”.

Mama, sim. Sempre mamou. Mas ela está certa: não deveria mamar. É a maior vantagem de ter os energúmenos de Jair Bolsonaro metendo suas patas na área da Cultura: o desmame vai ser acelerado.

Um dia depois da entrevista de Fernanda Montenegro, quinhentos artistas se reuniram com Lula no Circo Voador, no Rio de Janeiro, para celebrar a soltura do criminoso condenado pela Lava Jato e para espernear contra o fim da generosa teta governista. Como é que eles vão sobreviver a partir de agora, sem poder mamar? Comendo uns aos outros, espera-se.

Além de acelerarem o desmame, os energúmenos de Jair Bolsonaro possuem outra vantagem sobre os amamentados de Lula: eles não produzem nada. Seus disparates não repercutem na sociedade, porque eles representam a franja da franja da franja. A palermice daquela gente é a melhor defesa de que os artistas de verdade podem dispor. O efeito prático de suas asnices, contrariamente ao que ocorria com os amamentados de Lula, é igual a zero.

A mesma coisa vale para a imprensa. Os energúmenos podem amamentar TVs governistas e sites governistas, mas ninguém vai se interessar por suas porcarias, por mais que eles mamem. Os brasileiros são livres para escolher, e isso não vai mudar.

O desmame, em 2019, não se limitou a essas áreas marginais, como cultura e imprensa. Ele se estendeu igualmente para outros setores, muito mais vitais. O mais importante deles foi a economia, em que Paulo Guedes cortou as tetas de um lado e Sergio Moro prendeu do outro.

Se continuar assim em 2020, sem ter o que mamar, o Brasil pode aprender até mesmo a engatinhar.

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