DiogoMainardina ilha do desespero

Bananas

06.03.20

Sempre que sacaneio Jair Bolsonaro, um petista me acusa de ter colaborado para sua vitória. É mentira, claro. Quem elegeu Jair Bolsonaro foi o departamento de propinas da Odebrecht. Nosso site só mostrou o que havia lá dentro. E dentro do tríplex. E dentro do sítio.

Sim, fui o primeiro a publicar o codinome de Lula nas planilhas da empreiteira. Para dar mais dramaticidade àquele momento, ajoelhei-me à beira do campo de futebol de meu filho. Em 2016, porém, eu ignorava Jair Bolsonaro, assim como ignoro, nesta legislatura, a deputada federal Daniela do Waguinho – embora ela possa se tornar, daqui a alguns anos, presidente da República. Talvez melhor do que o atual.

É verdade que nosso site, desde o primeiro instante, tratou com seriedade a candidatura de Jair Bolsonaro. É verdade também que o entrevistamos um monte de vezes. Imediatamente depois de sua posse, no entanto, ele passou a desconfiar de nós, estimulado por seu filho lelé, que tem uma tara por O Antagonista. O filho lelé acredita que passo o dia conspirando para derrubar o governo. Na verdade, é infinitamente mais desolador do que isso: passo o dia lendo os arroubos delirantes do próprio filho lelé.

A imprensa se pergunta até quando o governo de Jair Bolsonaro vai durar. Eu, modestamente, pergunto-me até quando vou durar com o governo de Jair Bolsonaro. A resposta é óbvia: eu morro antes. Por favor, filho lelé, mande um cacho de bananas para o meu funeral.

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