A indulgência da Câmara

29.06.18

Os processos de cassação dos deputados federais Paulo Maluf, do PP, e Lúcio Vieira Lima, do MDB, só devem voltar a andar no Conselho de Ética da Câmara depois da eleição. Ambos ainda estão no chamado período de instrução, em que é feita a coleta de depoimentos e provas. Essa fase só acabará no início do segundo semestre, quando a grande maioria dos deputados estará longe de Brasília, preocupada apenas com as eleições de outubro. Há quem aposte que, mesmo na volta das excelências, os processos serão levados em banho-maria até que caduquem com o fim da legislatura. Maluf e Lúcio Vieira Lima, irmão do notório Geddel, agradecem. Em contrapartida, há outros dois processos de cassação com alguma chance de serem julgados ainda este ano. São os dos deputados Celso Jacob, do MDB, e João Rodrigues, do PSD, ambos em fase mais adiantada. Condenados pelo Supremo Tribunal Federal, eles cumprem penas em regimes aberto e semiaberto, respectivamente. Caso passem pelo Conselho de Ética, os processos ainda precisarão ser submetidos ao crivo do plenário da Câmara, a quem cabe a palavra final sobre a perda dos mandatos.

Adriano Machado/CrusoéIrmão de Geddel, Lúcio Vieira Lima pode ser salvo da cassação (Adriano Machado/Crusoé)

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  1. A Câmara é um antro de podridão o de todos se protegem. Em Outubro temos o dever de renovar o quadro, lembrando que é de suma importância escolher muito bem o candidato a deputado e tb a senador, tão importante qto escolher bem o presidente.

  2. Isso é um verdadeiro absurdo . Pessoas julgadas , condenadas , presas ,mantidas nos cargos recebendo pró labores de um país falido , cujo povo vive sacrificado . Chega a ser indecente não cassarem os respectivos cargos , e devolvidos os recebimentos ilícitos .

  3. A cassação é automática e se dá como consectário da própria decisão do Supremo - trânsito em julgado. Esse quiprocó é convenientemente provocado pela Câmara, sob os mais diversos argumentos - Separação Indevassável dos Poderes, cujo último capítulo a turma de 2ª do STF encenou em favor do casal Gleisi - escamoteando prevaricações múltiplas.

  4. "Notório" (amplamente conhecido) não é exatamente o que o redator quis dizer aqui e em outras matérias, mas, sim, "famigerado, de má reputação etc.". Esse erro sutil vem acontecendo pela deficiência das traduções atuais do inglês, que perderam o contato com o nosso vernáculo ("notorious" é um falso cognato). A exemplo do uso vicioso de "realizar" ("to realize") por "entender, compreender"; "empoderado" por "capacitado, qualificado, valorizado" e muitos outros casos mais... Dá-lhe, Revisão!

    1. A língua evolui, exceto, por estas terras. Neologismos, neo-anglicismos "modernetes", nas "mãos" de uma população, em sua maioria, de analfabetos e analfabetos funcionais, traduzem seu exposto, "erros sutis por deficiências de tradução que perderam contato com o vernáculo". E encontram o paraíso ideal na favela das "redes sociais", onde todos falam sobre tudo, copiam e colam tudo, e não entende quase nada. Um povo que não lê e mente sobre o assunto para passar outros ares nas tais redes.

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