Por um ano sem censura

26.12.19
Da Redação

Caro leitor,

Neste 2019, passamos por uma difícil intempérie em nossa ilha. A censura a que fomos submetidos por ordem de um ministro do Supremo Tribunal Federal, porém, só reforçou a importância de nossa missão primordial: lançar luzes sobre os cantos mais escuros do poder.

Fomos censurados por fazer nosso trabalho, por ignorar tabus conhecidos e expor, na forma de notícia, a relevante informação de que o nome de um juiz da mais alta corte do país havia aparecido no curso da mais rumorosa delação premiada da Operação Lava Jato.

Fiscalizar o poder e, como consequência, incomodar os poderosos é o que de melhor podemos fazer por você. Nossa proposta, desde o lançamento da revista, em maio de 2018, é funcionar como olhos avançados dos nossos leitores, de modo a descobrir aquilo que as excelências desejam encobrir, perguntar aquilo que elas não gostariam de responder, expor os bastidores de negociações subterrâneas.

Por vezes, somos incompreendidos ao realizar essa tarefa. A ordem de censura é apenas um exemplo da reação desmedida ao que fazemos. Em tempos de paixões exacerbadas na política, de polarização extrema, somos atacados pelos mais diferentes lados.

Mas devo dizer que seguiremos fazendo o jornalismo que prometemos fazer, por uma simples razão: entendemos que é assim que ajudaremos no aperfeiçoamento das instituições de nosso país e na qualificação daqueles que se propõem a comandá-las, nas mais diferentes frentes, em todos os poderes.

As paixões são passageiras. Mas a necessidade de os poderosos de plantão serem fiscalizados de perto deve ser perene, e o bom jornalismo, livre de amarras e dos velhos tabus, é instrumento fundamental para que isso ocorra.

É cobrando os poderosos, sejam eles quem forem, que os impostos que você paga valerão mais, na forma de serviços melhores. É cobrando os poderosos, sejam eles quem forem, que o Brasil conseguirá se livrar, um dia, do mal atávico da corrupção. É cobrando os poderosos, sejam eles quem forem, que conseguiremos nos aproximar do que há de melhor no mundo civilizado.

Nesta edição especial, em que trazemos artigos de dez personalidades convidadas a traçar as perspectivas para o ano que se avizinha, quero agradecer, em nome de todos nós da redação, pela sua parceria ao longo deste 2019 e desejar um 2020 de muita saúde, paz e prosperidade.

Que seja, também, um ano sem censura, em que as liberdades prevaleçam e a transparência e a honestidade sejam levadas cada vez mais em conta por aqueles que, gostando ou não, seguirão sob a nossa lupa.

Feliz Ano Novo! E boa leitura!

Rodrigo Rangel
Diretor de redação

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