CrusoéO operador do mensalão após conceder entrevista a Crusoé em junho: medo de morrer

“O Lula tinha que ter
sido exposto lá atrás”

O operador do mensalão, o maior esquema de corrupção do país até a descoberta do petrolão, se diz arrependido por ter poupado o ex-presidente por tanto tempo. Marcos Valério diz ter certeza de que, se tivesse contado no auge do escândalo tudo o que sabia, teria sido morto
22.06.18

Marcos Valério Fernandes de Souza, o operador do mensalão, conheceu a cadeia pela primeira vez em 2008. O escândalo de compra de votos que atingiu em cheio o governo Lula tinha estourado havia três anos. Mas sua primeira prisão se deu por outra razão: ele foi fisgado pela Polícia Federal durante uma investigação que mirava a Cervejaria Petrópolis, envolvida em fraudes fiscais. Valério aparecia como “consultor” da empresa, descoberta mais recentemente como fonte de um dos vários propinodutos que abasteciam o PT e seus parceiros de negócios. Veio o julgamento do mensalão. De todos os acusados, José Dirceu à frente, Marcos Valério foi o que levou a maior pena: quase 40 anos de prisão. Teve início, então, sua segunda temporada no cárcere. Já cumprindo a sentença do Supremo Tribunal Federal, ele passou pela Papuda, em Brasília, e depois pelo Presídio Nelson Hungria, na região metropolitana de Belo Horizonte. Desde julho do ano passado, está numa cadeia “mais tranquila”. A APAC de Sete Lagoas, a 70 quilômetros da capital mineira, é destinada a detentos com bom comportamento. Mais humanizada, sem os horrores das grandes penitenciárias. Na última terça-feira, Crusoé foi até lá para entrevistá-lo. Marcos Valério parece à vontade. De tênis de corrida, calça jeans e com a camisa azul de detento por debaixo do casaco aberto, deixando à mostra o crachá que identifica todos os presos dali, o ex-publicitário de 57 anos recebe o repórter na biblioteca, a pouco mais de 20 metros de sua cela, onde dorme em um beliche de concreto.

Depois de assinar um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, o operador do mensalão aguardava ansiosamente a decisão que o Supremo tomaria no dia seguinte. Os ministros acabariam por concluir que, a exemplo de promotores e procuradores, delegados também podem firmar acordos de colaboração. Na semana anterior, Valério havia contabilizado uma nova condenação: mais 16 anos em regime fechado por participar do chamado mensalão tucano, quando, bem antes de servir aos petistas, ele operou para o PSDB de Minas. Com tão longas penas, a validação do acordo que conseguiu firmar com a PF depois de várias negativas do Ministério Público é a esperança que lhe resta para ganhar a liberdade mais cedo. Marcos Valério evita descer aos detalhes do que vai revelar na delação, cuja homologação depende do ministro Celso de Mello, mas avança sobre temas que por muito tempo considerou proibidos. Admite, por exemplo, que protegeu o ex-presidente Lula no mensalão – e se diz “amargamente” arrependido disso. Ele tem certeza de que, se tivesse aberto a boca no auge do escândalo, teria sido assassinado. E, com o cuidado de não esmiuçar temas que integram o acordo, deixa escapar que recebeu dinheiro em troca do silêncio que manteve por anos. Fala, ainda, de sua participação na triangulação financeira orquestrada pelo PT para calar um empresário que ameaçava envolver Lula e José Dirceu no assassinato do ex-prefeito Celso Daniel. A transação, cuja execução ficou a cargo de José Carlos Bumlai, amigo do peito de Lula, foi quitada com dinheiro desviado da Petrobras. Era uma ponta solta do petrolão — e mais um dos tantos pontos de contato com o mensalão, seu antecessor no rol dos maiores esquemas de corrupção da história do país. Eis a entrevista.

Como está a vida na prisão?
Aqui na Apac, tenho uma vida mais tranquila. Mas é muito ruim porque minha liberdade está totalmente cerceada.

Como é a sua rotina?
O café da manhã é às 6h30. Depois tem as orações e, em seguida, vou estudar. Começo cedo meus estudos. Faço um curso para ter remissão de pena. É até um curso que o José Dirceu e outros fizeram. Hoje eu faço o de auxiliar de atendimento ao público, mas já fiz vários. Depois do curso, vem o almoço. Geralmente tem arroz, feijão, verduras e algum tipo de carne. Em seguida vou trabalhar. Eu faço quadros, que doo para a Apac, e alguns são vendidos em pontos turísticos daqui de Sete Lagoas. Às 16 horas tem um lanche. Temos uma cantina, e quem quiser se serve dela. Ou, como recebemos visitas aos domingos, comemos o que nos trazem. Depois volto para o trabalho. Às 18h30 tem as orações novamente, o jantar e, depois, ficamos liberados para ver televisão até as 22 horas. Eu uso meu tempo para ler muito. E faço os meus resumos, para diminuir a pena. A juíza aqui, por uma questão inexplicável, não homologou até agora (o desconto na pena que os resumos deveriam dar). Mas, estou recorrendo ao Tribunal de Justiça de Minas.

Você ganhou muito dinheiro e experimentou as melhores coisas da vida. Consegue conviver bem com essas mudanças que a cadeia impõe?
Depois de cinco anos de cadeia você é outro homem. Aquele Marcos Valério que você conheceu lá atrás não existe mais. Você deve ter me conhecido no passado, e hoje está me vendo. O sistema (prisional) é brutal. Eu fiquei numa penitenciária de segurança máxima por muito tempo. Vi coisas que não tem na Papuda, com suas celas especiais. Sou outro homem. Eu aprendi com a brutalidade do sistema.

O que viu de mais brutal?
Prefiro não comentar. Eu vi de tudo. Tem um inquérito sobre isto aqui (ele mostra o punho, com marcas de deslocamento do osso). Eu escrevi três vezes para o ministro Luís Roberto Barroso. Tem um inquérito sobre isso. Pergunte se esse inquérito andou. Não andou nada, nada. Estou te dando um pequeno exemplo. Meu pulso foi quebrado, e isso está devidamente comprovado. Te apresento testemunhas.

E por que fizeram isso?
Isso é uma história muito complicada. Não vou poder entrar nela com você porque esse assunto está na minha delação.

Era uma forma de intimidá-lo?
Sim. Eu fui intimidado desde que pus os pés lá dentro. Eu vi de tudo, e não me peça para te contar.

Por que não pode contar?
Porque é um negócio muito complicado. Quem está de fora não sabe como é quando se fecha a porta de uma cadeia.

Ainda teme sofrer represálias?
Eu não sei o dia de amanhã. Hoje estou em um local em que todos os presos deviam estar. A minha filha é testemunha. Eu troquei todos os dentes da boca e só agora estou acabando de tratar. Hoje, inclusive, estive no dentista. Arranquei todos os dentes que estavam aqui por cima e tive que fazer implante. Meus dentes foram se perdendo, se contaminando na cadeia. E eu perdi todos (ele abre a boca, arregaça os lábios com os dedos e mostra os dentes, alguns em processo de recuperação). O sistema não te leva ao médico e só tem dentista lá para arrancar dente. Não existe dentista para tratar de dente. (São 18 horas. Ao fundo, é possível ouvir os presos, em um salão ao lado, rezando o Pai Nosso).

O que o mensalão ensinou para Marcos Valério?
Tenho o maior arrependimento do mundo. Paguei um preço caríssimo. Peguei a pena mais alta. E por que eu paguei o pato? Porque tinha que salvar os políticos e, salvando os políticos, eles ficariam com penas menores, mais baixas. Foi o que aconteceu. Ora, eu não tinha o controle do governo. Eu não tinha o mando do Banco do Brasil, não tinha o mando da Câmara Federal, do Ministério dos Esportes, da Eletronorte, que era onde eu tinha minhas contas (refere-se às contas de suas agências de publicidade). Naquele momento era muito mais fácil escolher uma pessoa para dar uma satisfação à população e tive de ser crucificado.

O que mudou?
O setor de propaganda era complicado. Resolveram que eu tinha que ser o bode expiatório, que eu tinha que ter tudo no meu colo. Hoje as coisas são mais claras. Sabe-se que o empresário fez isso, mas o político pediu aquilo. Não estou falando que as pessoas não tenham que pagar o preço. Eu estou pagando meu preço e espero que isso sirva de lição para muita gente, porque o Brasil tem que mudar. Todos têm que pagar, qualquer que seja a posição, qualquer que seja o tamanho do dinheiro que têm. Mas isso tem que ser dentro de uma realidade compatível com a lei. Aquilo que eu vivi, aquilo que eu presenciei, e aquilo que depois eu continuei vivendo, eu levei à Polícia Federal no acordo de delação que, agora, espero que seja homologado. Levei para eles o que eu tinha na mão. E usei isso para reduzir as outras penas porque, do contrário, é prisão perpétua.

Você tinha a opção de dizer não aos políticos que lhe pediam dinheiro em troca de facilidades no governo.
Temos que ver como era Brasília. Para ganhar contas tinha que dar contrapartidas políticas, e essas contrapartidas políticas não eram simplesmente tapinhas nas costas. Os políticos cobravam a conta, e a conta que eles cobravam era dinheiro. É a mesma coisa que os empresários da Lava Jato falaram recentemente.

A cama número 3, usada por Valério, é a de baixo. O ex-publicitário tem um ventilador (Rodrigo Rangel/Crusoé)
Não dava para simplesmente dizer não?
Acho que a minha empresa não teria funcionado por um dia, nem no estado de Minas Gerais nem em Brasília. Mas me arrependo de ter dito sim.

Isso não lhe tirava o sono? Ou estava tão encantado com os políticos que nem sequer media as consequências possíveis?
O jogo era esse. Ou acertava ou acertava. Ou acertava a licitação antes, ou nem participava. Esse era o jogo e, para falar a verdade, ninguém parava para pensar.

Por que poupou alguns políticos?
Sim, “n” políticos não foram acusados. Vários não entraram na denúncia. Culpa minha? Talvez sim. Mas também foi por culpa daquela época.

Foi também por medo que você não contou tudo no auge do escândalo?
Na época em que estourou o mensalão, o governo Lula era muito forte. Você fica num turbilhão de coisas acontecendo, você fica perdido, não sabe o caminho a seguir. E, muitas vezes, segue o caminho que não é correto. Eu até me ofereci para fazer uma delação, mas naquela época não tinha uma lei específica, não tinha os benefícios que tem hoje. E muita coisa aconteceu depois do processo.

Se arrepende de não ter falado lá atrás?
Falar para quê? Para ter um monte de gente no pé, no meu caminho? Pessoas poderosas que iriam atrasar mais a minha vida do que estão atrasando?

Você acredita que poderia ter interrompido a carreira de Lula antes de a Lava Jato alcançá-lo?
Com certeza.

E por que optou por não fazer isso?
Porque logo após o mensalão ele se elegeu muito bem, lembra? Era muito complicado. Gostaria de não dizer a razão disso porque a resposta está na minha delação.

Você tem consciência de que preservou Lula? E se amargura por isso?
Eu não vou falar disso porque teria que dizer os motivos, e não posso agora. O Lula tinha que ter sido exposto lá atrás. E outros personagens do governo também. Eu tinha como expor tudo, mas expor por expor, sem a devida proteção depois? Hoje, com a delação, é possível ter a proteção. Você apresenta as provas, dá o caminho para a investigação e, se for eficiente, se torna merecedor (dos benefícios). Naquela época, se falasse por falar, acho que não teria sobrevivido.

No sentido literal? Acha que teria morrido?
Sim. No sentido literal. Literal.

Você acha que o matariam?
Com certeza absoluta.

As ameaças vieram a que altura?
Não quero falar desse assunto porque está na delação (ele se exaspera com a pergunta). Não vou tocar nesse assunto. Preste atenção: eu tenho dois filhos, era casado com minha primeira mulher e tinha que preservar a minha família. E preservar a minha família, sustentar a minha família, foi o que eu fiz. E não sustentei só a minha família. Sustentei a família de muita gente de que não vou citar o nome, porque não vem ao caso.

Como assim? Depois do mensalão?
Sim. Óbvio. Isso tudo é reflexo de não ter falado, de não ter exposto as pessoas e a grande encrenca em que eu estava metido.

O futebol no pátio central da cadeia: Valério joga às vezes, mas não é conhecido entre os presos por seu talento com a bola (Rodrigo Rangel/Crusoé)
Quando você me fala que precisava se sustentar e sustentar outras pessoas no período pós-mensalão, está dizendo que pagaram por seu silêncio?
Não vou falar sobre esse assunto. Já avancei até demais. Desista que você não vai puxar a minha língua nesse assunto (de novo, ele se irrita). Não posso ultrapassar os limites da minha delação.

Será possível conhecer esses segredos em detalhes?
Eu não considero segredo. Segredos seriam guardados entre duas pessoas, e esses fatos são de conhecimento de várias pessoas. Talvez não sejam de conhecimento da imprensa. Até porque, lá atrás, era muito mais fácil vender uma outra imagem minha. Era muito mais fácil bater em mim, me descaracterizar e, ao mesmo tempo, me apagar nos bastidores, vender que eu era chantagista, que eu era jogador. Tinha mil pessoas que alimentavam a imprensa com isso. E por trás diziam para mim: “Não, Marcos, a gente tem que preservar o governo”. E eu não podia falar a verdade, porque essa não é uma guerra que você faz pelos jornais.

E o que mudou?
Ainda bem que apareceu na minha vida uma pessoa chamada Sergio Moro. Todo dia acendo uma vela para ele, por ter me levado a Curitiba. Porque em 2012, quando fui ao MP entregar um monte de documentos, a (corrupção na) Petrobras já poderia ter sido apurada. Lá atrás. Deixei um monte de documentos e falei: “OIha, fulano sabia”. Prestei um depoimento. Disse: “Olha, o Lula sabia de tudo”. Gozado. Hoje a OAS, a Odebrecht dizem o quê? Que o Lula sabia de tudo.

E por que o Ministério Público teria deixado de considerar o que você falou àquela altura?
O MP tem que ser contra a minha delação mesmo. Por quê? Porque do que eu deixei, para falar a verdade, nada foi apurado. Graças a Deus que apareceu o Sergio Moro e disse que em 2012 eu falei a verdade. Eu cantei as histórias todas.

Você se refere àquela transação de que participou, na qual, por intermédio de José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, dinheiro desviado da Petrobras foi usado para pagar uma chantagem?
Sim. Eu falei: “Pagaram esse empréstimo com a Petrobras”. Era muito fácil pegar essas ponta e entrar na Petrobras. Eu já estava sinalizando todo mundo envolvido. Quando o senhor Silvio Pereira (ex-dirigente do PT) falou que existiam “n” Marcos Valérios, não prestaram atenção. E tem muitos outros, que ainda vão aparecer.

Está dizendo que, se os procuradores tivessem levado em conta o que você sabia, o petrolão poderia ter sido descoberto antes?
Com certeza absoluta. Até porque todos os personagens da diretoria da Petrobras que apareceram estiveram comigo. Mais não posso dizer.

Sua delação traz grandes novidades e pode abrir importantes frentes de investigação?
Quero tudo, menos o Ministério Público como meu inimigo, mesmo sabendo que o MPF foi contra a minha delação. Mas na PF não existe nenhum bobo. Para terem aceitado minha delação, eu devo ter apresentado documentos, provas ou caminhos que batem com investigações em andamento. Não aceitaram uma delação minha por ouvir dizer.

É mesmo uma delação que compromete políticos de todos os lados, de diferentes colorações partidárias?
É uma delação que compromete cidadãos brasileiros de todos os núcleos. Se disser mais, estarei nominando, e isso não posso fazer.

Você teve medo?
Eu seria um irresponsável, sabendo tudo o que sei, se não tivesse medo. Sabendo com quem estava lidando, seria irresponsável não ter medo. Desculpa, só se eu fosse um idiota não teria medo, sabendo o que eu sei e sabendo quem eram as pessoas envolvidas.

CrusoéEntre os livros que Marcos Valério está lendo, o romance Gestapo, de Sven Hassel: interesse pela polícia política de Hitler (Rodrigo Rangel/Crusoé)
Faziam chegar indicações de como você morreria?
Não posso, não posso. Desculpa. Isso vai ser muito mais esmiuçado.

Se arrepende por ter protegido Lula?
Amargamente. É uma falsa ilusão achar que o Lula é um salvador da pátria. Nós temos muitas pessoas na política que não têm vez e que, talvez, fizessem até melhor, mas não têm coragem de entrar na política porque não têm dinheiro.

Hoje, você considera que também foi enganado por Lula?
Na verdade, sim. No início, era encantado com a filosofia. Depois, mesmo participando, me senti enojado.

Enojado ainda no período em que esteve em contato com o PT?
Esse contato continuou até 2012.

Você me disse que esteve pessoalmente com Lula.
Não vou responder porque isso estará na delação.

Acredita que, com o mensalão e com o petrolão, a tendência é que os crimes de corrupção diminuam?
Conhecendo do jeito que eu conheço as pessoas, vejo que continuam os mesmos métodos, só que mais cuidadosos, mais escamoteados, mais restritos. Não mudou nada. Tem outras situações, outros personagens, mas não mudou nada. Não é conveniente para um grupo de empresários e políticos que ainda mandam no país. E tudo envolve vários setores que também vivem a reboque disso.

Quais são seus planos de vida? Consegue se ver fora da prisão?
Eu vivo um dia de cada vez, e só vou me ver fora daqui quando tiver a notícia de que estou de fato liberado. Eu vivo um dia de cada vez.

Você atuou no mensalão tucano e, depois, reincidiu no mensalão do PT. Não há risco de voltar a se envolver de novo com os mesmos problemas?
Em hipótese alguma. Sem a menor chance.

Diria que muitos políticos brasileiros precisariam passar pela mesma experiência?
Vou ser franco e falar como cristão. Nenhum ser humano deveria passar o que passei e viver o que vivi dentro do sistema. Falo de menino novo, favelado, de político. Roubou? Vai para a cadeia, cumpre a pena dele, mas em um lugar digno. Assaltou, matou? Vamos punir. Mas vai meter esse menino na cela? Vai deixá-lo desprotegido, à mercê de grupos que trabalham dentro do sistema? O menino não vai ter condições de pagar para viver lá dentro, vai ter que fazer pequenos serviços, se submeter a coisas imorais que eu não vou dizer quais são, e vai sair de lá um animal. Se entrou com 19 anos, vai sair com 30 muito pior, PhD em quadrilha, em crime. E quem vai recuperar a vida desse menino? Um dia você vai encontrá-lo no trânsito ou dentro da sua casa e ele vai estar muito mais brutal porque o sistema o deixou assim. Não ponho culpa na sociedade, mas nas pessoas que estão administrando esse sistema.

Incomoda ver o ex-presidente Lula em condição especialíssima, com cela privativa?
Incomoda ver o presidente Lula e outros políticos nessa situação. Incomoda muito. Não é pouco, não. Acho que a revolta é geral.

Você já foi um dos presos mais famosos do país. Hoje é o ex-presidente. Considera merecida a prisão de Lula?
Como cidadão brasileiro, digo que é merecidíssima. Como conhecedor do governo e de tudo até 2012, acho merecido.

Por que a diferença na gradação?
O cidadão brasileiro tem uma visão a partir da mídia. O outro tem uma visão interna de tudo.

Está dizendo que outros políticos mereceriam o mesmo destino?
É isso.

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