DiogoMainardina ilha do desespero

Pais e filhos

02.08.19

Os lulistas sempre usaram a paralisia cerebral de meu filho para tentar me atingir. E não foram só eles. Recentemente, até o Pavão Misterioso decidiu incluir meu filho numa de suas histórias.

O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, quer tirar Lula da cadeia. Eu já devo ter feito uns duzentos comentários sobre ele. Mas nunca citei seu pai. Não apenas porque se trata de um morto, assassinado pela ditadura militar, e sim porque seus familiares não têm nada a ver com os ataques repulsivos que ele desfere contra a Lava Jato.

Na quarta-feira, Jair Bolsonaro disse que seus disparates não são fruto de uma estratégia. Mas o efeito é calculado. Ao atacar Felipe Santa Cruz ou Glenn Greenwald, o presidente mostra que está disposto a tudo para defender a Lava Jato. Ao mesmo tempo, ele se sente à vontade para ceder em questões essenciais, como a retirada do Coaf de Sergio Moro ou a decisão de Dias Toffoli que engavetou o processo relativo a seu filho.

A escolha do novo procurador-geral da República, que deve ocorrer nos próximos dias, vai revelar os planos de Jair Bolsonaro. Se ele indicar Raquel Dodge, candidata de Dias Toffoli e Gilmar Mendes, ou Augusto Aras, candidato do Centrão, saberemos que seus disparates foram premeditados – e que ele está tentando alinhar-se, estrategicamente, ao STF e ao Congresso Nacional, sem despertar a ira de seus eleitores. Se ele ouvir Sergio Moro, por outro lado, teremos a prova de que os disparates são apenas disparates. E de que a Lava Jato, finalmente, vai deslanchar em Brasília.

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