DiogoMainardina ilha do desespero

O que lavajatistas como eu esperavam

22.03.19

Só 9% dos brasileiros consideram que Jair Bolsonaro é ótimo, segundo o Ibope. E 17% o consideram péssimo – praticamente o dobro.

A pesquisa foi publicada no mesmo dia em que o governo encaminhou ao Congresso Nacional sua desvairada reforma dos militares, que aumentou enormemente a despesa pública, em vez de cortá-la. Somando uma coisa à outra, o resultado é calamitoso para os reformistas. Gente como eu, por exemplo.

Rodrigo Maia aproveitou o tombo do governo para passar uma rasteira também no pacote anticrime. Sempre se soube que os parlamentares flagrados pela Lava Jato tentariam sabotar o projeto de Sergio Moro. O que os lavajatistas esperavam – eu, por exemplo – é que o presidente usasse sua popularidade para defender simultaneamente as duas propostas que o elegeram.

Não foi o que ele fez. Jair Bolsonaro aceitou que os parlamentares controlassem a pauta, priorizando a reforma previdenciária em detrimento do pacote anticrime. E Sergio Moro foi posto de lado. Desde que seu pacote foi anunciado, de fato, Jair Bolsonaro dedicou-lhe apenas dois posts nas redes sociais – menos de 0,5% do total. Considerando que o presidente se comunica sobretudo por meio de redes sociais, o recado foi claro: o pacote anticrime deveria ir para o fim da fila.

A falta de pulso de Jair Bolsonaro teve um efeito avassalador. Enquanto seus apoiadores bombardeavam aliados, o projeto de Sergio Moro foi escanteado, a reforma previdenciária perdeu o rumo e a popularidade do presidente despencou.

Se ele continuar se dirigindo apenas a 9% dos eleitores, acabou.

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