DiogoMainardina ilha do desespero

Um Plano Real contra a corrupção

01.11.18

Deve ser coisa de milico. Ou da bolsa de colostomia. O fato é que Jair Bolsonaro não fica se pavoneando na frente do espelho, cercado de macacas de auditório. Ele conhece seus limites e, modestamente, delega poderes. É uma espécie de Itamar Franco sem Lilian Ramos.

Ele já provou esse seu desprendimento entregando a economia a Paulo Guedes. Agora repetiu a dose com Sergio Moro. O primeiro promete salvar o Brasil da bancarrota. O segundo já salvou o Brasil da ORCRIM.

Um ano atrás, em 22 de novembro de 2017, publiquei a seguinte nota em O Antagonista:

Sergio Moro disse ontem à noite:

“Precisamos de reformas mais gerais. De uma espécie de Plano Real contra a corrupção”.

Qual é o candidato que vai levantar essa bandeira em 2018?

A resposta foi dada na semana passada. Jair Bolsonaro levantou a bandeira da Lava Jato e teve uma vitória avassaladora. O próximo passo é fazer seu Plano Real, como Itamar Franco. Um Plano Real contra a corrupção.

Desde o comecinho da Lava Jato, insisti aborrecidamente que o Brasil estava dividido entre a República de Curitiba e a República de Brasília: uma condenava e a outra engavetava. Nunca tive a ilusão de que o exemplo da Lava Jato pudesse ser replicado nacionalmente. Ao contrário: nossos repórteres perderam o sono tentando impedir que, durante a noite, os réus do Congresso Nacional, os ministros do STF e os plantonistas do TRF-4 esmagassem a República de Curitiba.

Neste momento, porém, por uma série de casualidades, a Lava Jato está desembarcando em Brasília para fazer algo inimaginável até dois meses atrás: espalhar seus anticorpos por toda a máquina pública, estabelecendo controles permanentes contra a criminalidade.

É uma chance histórica. Não podemos perdê-la.

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