DiogoMainardina ilha do desespero

O voto envergonhado e
o voto sem-vergonha

19.10.18

Entre o voto envergonhado em Jair Bolsonaro e o voto sem-vergonha em Fernando Haddad, eu escolho, é claro, o voto envergonhado em Jair Bolsonaro.

A vergonha é civilizatória. Isso vale também para o voto. O voto envergonhado é o melhor que há. Em qualquer candidato. O contrário do voto envergonhado é o voto orgulhoso, que só produz estupidez e fanatismo.

O valor do meu voto é nulo. Apesar disso, eu cobro caro por ele:

– Eu quero que Lula continue preso.

– Eu quero que o presidente da República vete todas as manobras para sabotar a Lava Jato.

– Eu quero ele venda as estatais e aprove meia dúzia de medidas para desamarrar a economia.

– Eu quero que ele reduza o número de assassinatos sem atropelar as leis.

– Eu quero que ele respeite as liberdades individuais e que não tente me mandar para a cadeia, como fez aquele corrupto que agora está na cadeia.

Jair Bolsonaro deve fracassar na maioria dessas tarefas. Mas não importa, porque ele já fez o essencial. Como disse o professor José Arthur Giannotti, em entrevista à Folha de S. Paulo sobre o resultado do primeiro turno: “Agora desarrumou tudo. Que bom!”

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