DiogoMainardina ilha do desespero

Lula já perdeu

12.10.18

“O maior cabo eleitoral do Lula chama-se Sergio Moro”.

A frase é de Kakay, o velho advogado de José Dirceu. Ele a pronunciou dois meses atrás, acrescentando que o encarceramento de Lula havia-o transformado num “herói nacional” e que, “a partir do momento em que eles o vitimizam, vai eleger o Haddad”.

Elio Gaspari repetiu a mesma profecia numa coluna intitulada “Lula, o grande eleitor”:

“A barafunda do Judiciário deu a Lula um impulso inesperado. Tudo indica que sua candidatura será impugnada, mas ele poderá ungir Fernando Haddad, como ungiu Dilma Rousseff.”

O porta-voz de Gilmar Mendes concordou:

“O caldo de cultura para criar a figura do mártir já está dado. (…) Aquele que encarnar o antipetismo — não me parece que a estratégia de um candidato ‘anti’ seja exatamente esperta — corre um sério risco de ter contra si uma já maioria.”

Os oponentes da Lava Jato, é claro, foram ridicularizados pelos fatos. As urnas decretaram o triunfo de Sergio Moro e do powerpoint de Deltan Dallagnol. Além da derrota humilhante da ungida Dilma Rousseff, os eleitores chutaram outros quarenta comparsas do presidiário – muitos dos quais defendidos por Kakay.

Mais revelador do que isso: o PT, para ter alguma chance de reverter o resultado do primeiro turno da disputa presidencial, eliminou Lula da campanha de Fernando Haddad, reconhecendo que o criminoso condenado pela Lava Jato tira mais votos do que dá.

Na GloboNews, eu disse que Jair Bolsonaro seria eleito no segundo turno com 59% dos votos – o mesmo número daqueles que querem que Lula continue preso. A primeira pesquisa do Datafolha, divulgada na quarta-feira, mostrou-o com 58% dos votos, e a da XP foi ainda mais exata: 59%. Ninguém sabe o que poderá ocorrer nas próximas semanas, mas um fato é certo: Lula já perdeu.

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