Ganhe de brinde quatro estelionatos

05.10.18

“Estas eleições presidenciais transcorrem num ambiente de grande incerteza. O quadro político-econômico é nebuloso. São muitas as incógnitas.”

Mistura odiosa de truísmo e lugar-comum, as frases no parágrafo acima são reproduzidas à exaustão. Elas não revelam, contudo, uma situação de fato.

Não há incerteza alguma se o escolhido nas urnas for o candidato petista. O cenário adiante será cristalino. Vêm aí um conjunto de fraudes logo nos primeiros trinta dias de governo.

Quem optar pelo PT deveria sair das cabines de votação com um “certificado de garantia”. A certeza de quem encomenda engodos sob medida.

Trata-se de um título intercambiável a 100% do valor de face — e equivalente a no mínimo quatro estelionatos eleitorais. Vamos a eles:

Estelionato 1: Política Econômica

O candidato petista, caso triunfe nos próximos dias, será forçado a realizar uma guinada de 180 graus em referência aos cânones econômicos esposados pelo partido em cartilhas doutrinárias e no debate público. É famoso o documento sacrossanto do PT para a administração macroeconômica cotidiana, a “Ruptura Necessária”.

Em razão do delicado quadro das contas públicas do Brasil, o candidato petista terá necessariamente de romper com a “Ruptura Necessária”. O que o aguarda é uma sucessão de fortes ajustes nos gastos e na gestão publica — ou então uma rápida corrosão de fundamentos e perspectivas.

Ao mover-se rumo ao “centro” e à “moderação” no trato macroeconômico, o candidato petista puxará o tapete sob os pés de seus eleitores. Aqueles que candidamente embarcarem no sonho vazio de que “um outro mundo é possível” se verão portadores de um cheque sem fundos.

É de toda probabilidade que, neste cavalo-de-pau entre discurso e realidade econômica, o PT depare com um severo problema de recursos humanos.

O candidato petista terá de escalar para posições-chave técnicos respeitados que ora servem ao (golpista?) governo Temer, como Ana Paula Vescovi ou Mansueto de Almeida.

Ou, então, fazer head-hunting no abominável “mercado”, cujos ativos insistem em arremeter quando pesquisas eleitores projetam menores chances de vitória petista.

Um novo governo petista já nasceria gêmeo xifópago do segundo mandato de Dilma. Confrontada com a dura matemática, a promessa da “Ruptura Necessária”, mantra do PT, nada mais é que um estelionato eleitoral.

Estelionato 2: Política de Desenvolvimento

Nos discursos sobre retomada do crescimento e o “Brasil feliz de novo”, o candidato petista e seu partido repisam o velho protagonismo do papel do Estado como formador de demanda, ofertante de crédito abundante e ponta-de-lança da atividade econômica por meio de uma “administração-política-com-objetivos-sociais” de atores como Petrobras ou BNDES.

Ora, hoje não há mínimas condições — legais, econômicas ou em termos de transparência e compliance — de uma decolagem do crescimento brasileiro mediante o Estado como empreendedor.

Vender a ilusão de uma nova era de “Capitalismo de Estado Brasileiro”, com preços administrados politicamente, dinheiro “de pai para filho” para setores favorecidos e explosão do consumo popular, mantra do PT, nada mais é que um estelionato eleitoral.

Estelionato 3: Alianças Políticas

Na caminhada às eleições em segundo turno, no período de transição ou mesmo na administração do País, o presidente petista e seu partido têm de abraçar forças políticas que até havia pouco eram acusadas de “golpistas”.

O candidato petista — para emergir vitorioso ou governar — é forçado a abandonar a narrativa da fraude de “um conluio de elites”, de “perseguição ao PT”, e recosturar a coalizão com os núcleos de poder do “Brasil profundo” que sustentaram as experiência petistas no Palácio do Planalto. Nada mais que a sistematização da arcaica política de compadrio e de corrupção — terreno que fertilizou no passado o mensalão e o petrolão.

Diante da complexa realidade de condução politica do País, a promessa de um governo “do campo popular” com o monopólio da virtude, mantra do PT, nada mais é que um estelionato eleitoral.

Estelionato 4: Justiça & Estado de Direito

O candidato petista deve sua existência politica e sua trajetória nas pesquisas à mola de propulsão do ex-presidente Lula. A imensa maioria dos que penderem para o candidato petista nele votarão para eleger Lula.

Para além da óbvia e colossal dívida com o criador-padrinho, o novo presidente terá chancelada nas urnas a expectativa de que, uma vez no Planalto, utilizará todos os seus poderes para extrair Lula da cadeia.

Em ampla medida, o programa de governo do candidato petista é soltar Lula. Se ele não o fizer, o novo presidente trairá a expectativa de seus eleitores.

Na melhor das hipóteses, caso não consiga dar à Lula as chaves da prisão, terá de continuar a desempenhar o papel de “drone” pilotado remotamente pelo patrão. E que, de tempo em tempo, volta à presença física do padrinho para recarregar baterias e tomar ditado de instruções.

Por maior que seja a intenção do candidato petista, de seu partido e demais forças políticas tradicionais no Brasil, a Operação Lava-Jato não vai acabar. Ela é uma conquista da sociedade brasileira, um divisor de águas; não sucumbirá às afinidades político-ideológicas do titular do Planalto.

O candidato petista pode operar aberta ou enrustidamente para soltar Lula fora de um marco legal e de independência dos poderes. Ou então, à distância, observar Lula digladiar-se com o Estado de Direito, o que seria interpretado por seus eleitores como “traição” ao padrinho. Ambas hipóteses nada mais são do que um estelionato eleitoral.

Vote no candidato petista. Não há incerteza. Você leva de brinde um vale-fraude “triple A”.

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  1. Minha maior certeza sobre o estelionato petista é a de que o STF tornar-se-á espelho da Segunda Turma. Isso significará o fim das instituições brasileiras e a 'Venezuelização' definitiva do país.

  2. Esta materia esta tao boa que deveria ser considerada de utilidade publica e publicada no Antagonista para que a populacao possa ler. Parabens Marcos, suas materias sao sensacionais!

  3. Colocar BOLSONARO não me garante que a economia vai decolar, mas colocar pt Andrade Haddad certamente a economia afunda de vez! Pô os caras já mostraram o que são e o que fazem, vamos dar benefícios a dúvida!!!!

  4. DENTRO DO EXPOSTO NA MATÉRIA É QUE ENTRA A FRASE DO TERRORISTA DE BALA DE FESTIM... VAMOS TOMAR O PODER... SÓ NÃO TOMARÃO PORQUE AMANHA ELEGEREMOS O BOLSONARO COM NUMEROS BEM ACIMA DAS PESQUISAS FRAUDULENTAS E AS IRREAIS..

  5. Não acha q teremos estelionato eleitoral! Acho q teremos de fato a Venezuelização de nosso País e quem votar no PT sabe disso. Nós é q estamos fu...

  6. Votando no Huinddad sabemos quantos estelionatos vamos ganhar e votando no Bolsonaro nem saberemos quantos serão. Que vantagem leva o eleitor? Se for mantido o que está nas pesquisas, estaremos no mato sem cachorro.

    1. Cirval, no desconhecido existe a esperança de dias melhores, no poste existe a certeza de uma catástrofe...

  7. Não posso acreditar que nosso povo Brasileiro que vem sofrendo por tantos escândalos de roubalheiras a todo instante, com falta de quase todas estruturas políticas, judiciais, duvidosas, possam ainda desejar continuar com essa situação, que claramente será ainda muito pior do estamos sofrendo!

  8. E pensar que cerca de 20 milhões de brasileiros semi-analfabetos e mesmo alguns acadêmicos-jecas, ainda apoiam o petismo. Isso elimina qualquer esperança de poder-se ver essa nação prosperar nas próximas três ou quatro gerações. Deixei o país há vinte anos mas acompanho de longe essa tragédia tropical. Tem filhos? Então preparem-los para que tenham uma chance de um dia poderem deixar esse lugar caótico,

  9. O quadro dos horrores já está rabiscado e emoldurado. Munch manda lembranças! Um desenho, ‘avant-guard’, por parte do articulista, de uma eventual política econômica ‘Paulo Guedes’, mesmo com a análise sob influência de ‘todas as variáveis constantes’, seria salutar.

    1. É o ato-falho em meio ao palavrório policial em voga. ‘Avant-Guard’ poderia assim significar ‘à frente do próprio capitão’!

    2. * corrigindo: ‘avant-garde’, em vez de ‘avant-guard’.

  10. Ainda bem que o Marcos não faz que nem a maioria dos panáticos da imprensa que acreditam em todas as mentiras ditas pelo PT com fins evidentemente eleitoreiros. O cúmulo do absurdo é ter visto o PT propagandear durante anos e anos que o ajuste fiscal que arruinou o país, que todo "o mercado" está errado, e ter feito seu programa de governo baseado nos delírios de Pochmann agora falar que vai nomear um ministro pró-mercado pra se fingir de centro e toda a imprensa comprar o blefe. Levy 2.0.

  11. Há sempre o risco de um Default na covardia petista e acabarmos na Brazuela. Votem 17 no primeiro turno se acharem prudente eliminar este risco imediatamente.

  12. Torçamos para que seja qual for o resultado tenhamos chance de, daqui a quatro anos optar contra o radicalismo escolhendo a DEMOCRACIA e seus representantes comprometidos com a recuperação da economia e valores. Por agora só teremos continuidade de confrontos e tentativas de impeachment com frequência semanal ou até diária, não importando quem fique na oposição de quem vencer. Perderemos só a década ou o século irá de cambulhada? Está é a preocupação olhando o futuro.

    1. Sua preocupação olhando o futuro é manter seu carguinho na repartição pública ou sua cadeira na sua universidadezinha, correto?

    1. Mal humorados também deviam se recolher! dia 07 vote 17 consciente ou intuitivamente!! Mas vote!

    2. É o única forma permitida, bêbados e comatosos são impedidos de votar.

  13. Votar no Haddad é referendar a única maneira do lulopetismo existir: a tomada total do controle das instituições e assumindo de vez o regime totalitário esquerdista. É evidente esse ser o desejo dos seus cúmplices. Um amontoado de viuvinhas do Fidel e fãs do Maduro, todos retardados morais e atrasados mentais.

    1. Quem acha que o PT em ganhando as eleições vai aguardar a justiça soltar o Lula está enganado, irão em caravana soltar o chefe. Desde quando este partido tem apreço as leis que são contra eles.

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