DiogoMainardina ilha do desespero

Anti-Bozó

31.08.18

Assim como o Bozó, eu trabalho na Globo.

Em meus quinze anos de Manhattan Connection, o crachá da emissora nunca esteve tão em baixa quanto nesta campanha eleitoral.

Na quarta-feira, por exemplo, José Dirceu disse:

“A maior responsável pelo golpe é a Globo. A maior responsável por todas as irregularidades do aparato judicial-policial é a Globo.”

Em seguida, Carlos Bolsonaro esculhambou a emissora no Twitter, embaralhando números sobre a publicidade estatal. Quando O Antagonista corrigiu esses números, o pivete tentou nos ensinar a fazer jornalismo, dizendo:

“Vocês desempenham um bom trabalho, mas suas desinformações quando afloradas se igualam aos demais jornais padrões de fake news! Cuidado para não caírem do muro!”

Para os criminosos de esquerda, a Globo representa a Lava Jato; para os bocós de direita, ela simboliza as sinecuras governamentais.

Os criminosos de esquerda querem apenas censurar a imprensa. É o mesmo método de sempre.

Quanto a Carlos Bolsonaro, ele tem de conversar com Paulo Guedes. Além de ser colunista de O Globo – um Bozó -, o superministro da economia recebeu um financiamento de João Roberto Marinho para o Instituto Millenium.

É bom que a imprensa tenha virado pauta da campanha presidencial. Reivindico parte desse mérito. Muito antes de Jair Bolsonaro, eu denunciava o uso da publicidade estatal para a compra de apoio de empresas jornalísticas. Ninguém fez mais do que eu nessa área. Nem a Crusoé, nem O Antagonista aceitam anúncios do governo ou de empresas públicas. É uma questão de princípio. Mas é preciso impedir que esse debate seja contaminado pelos recalques autoritários de um bando de energúmenos.

Se Jair Bolsonaro for eleito, recomendo que ele feche a Secom e reduza drasticamente a verba de propaganda governamental. Sim: da Globo, da Folha de S.Paulo, do Estadão. E também da Record, que controla o voto evangélico. Vamos ver se ele tem peito.

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