DiogoMainardina ilha do desespero

A escolha é entre Bolsonaro e Mourão

13.08.21

Além de descriminalizar a compra de votos e o caixa dois, o Congresso Nacional queria mudar também o método de escolha do presidente da República. Se a mutreta passasse, o segundo turno seria abolido, e o eleitor votaria em cinco candidatos, em ordem de preferência. O vencedor seria o candidato que acumulasse mais pontos, mesmo que perdesse no total de votos. O presidente eleito, portanto, seria aquele que os brasileiros considerassem menos ruim – ou o que provocasse menos asco.

Se isso já estivesse valendo hoje, as escolhas menos asquerosas, para mim, seriam as seguintes:

1 – Impeachment

2 – Cadeia para Jair Bolsonaro

3 – Inelegibilidade

4 – Chapa cassada pelo TSE

5 – Terceira via

Os dois primeiros itens da lista – impeachment e cadeia – resultariam no mandato tampão de Hamilton Mourão. Ele está pronto para assumir, mas até agora se recusou a participar do movimento para derrubar o sociopata. Uma parte relevante do Exército, porém, que se subordinava à insanidade de Jair Bolsonaro, finalmente resolveu reagir. A parada militar desta semana, que desmoralizou ainda mais os velhos generais bolsonaristas que aderiram ao golpe bananeiro, foi o impulso que faltava.

Jair Bolsonaro sabe que perdeu metade da caserna. Ele sabe igualmente que Hamilton Mourão, que sempre foi visto com suspeita por seus pares, representa a melhor chance para o Exército recuperar sua imagem, se ele for capaz de conduzir o Brasil sem sustos até 2022. Para evitar seu afastamento do Palácio do Planalto, o imbecil tenta jogar um general contra o outro, aliciando a turma mais brucutu com a promessa de um golpe. Mas é claro que se trata de uma oferta desesperada, feita por um demente que passou rasteiras em todos os seus apoiadores – por loucura e por burrice, e não por cálculo.

O general Rêgo Barros, o ex-porta voz do sociopata que tomou uma rasteira dele, escreveu na quarta-feira:

“Um abismo se aprofunda à nossa frente. A erosão da racionalidade o alarga. A tessitura da estabilidade social precisará ser conduzida por um líder genuinamente inspirador (…). Basta de insensatos incorrigíveis”.

Hamilton Mourão não é um líder genuinamente inspirador, mas é o vice-presidente eleito, o único apto a assumir o mandato presidencial depois do impeachment. Seu papel não é conduzir a tessitura da estabilidade social, e sim dar um basta à incorrigível insensatez bolsonarista, desmantelando os movimentos subversivos dentro do Exército e fora dele. A camarilha brasiliense procura enganar o eleitorado oferecendo atalhos para deter Jair Bolsonaro, como o semipresidencialismo ou as estripulias de Arthur Lira, mas o fato é que todos os caminhos levam para o “abismo que se aprofunda à nossa frente”. A lista apresentada aos brasileiros, neste momento, não tem cinco nomes, e sim apenas dois: Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão. A escolha é entre um e outro. E ninguém mais. Eu escolho Hamilton Mourão.

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