DiogoMainardina ilha do desespero

Macaco guariba no Planalto

16.07.21

“Que história é essa que o Zé Colmeia é pedófilo?”

A pergunta foi feita por Carlos Bolsonaro, no Twitter, e os comentaristas imediatamente associaram Zé Colmeia a Omar Aziz, o presidente da CPI da Covid, identificando-o por meio de fotografias ou apelidos: “OmarGinal”, “Omar de Lama”, “Omar Azia”.

Omar Aziz evitou responder diretamente aos ataques. Ele disse apenas que o presidente da República “age feito macaco guariba”, que se defende arremessando os próprios excrementos contra os predadores.

A internet está cheia de macacos guariba pendurados em suas árvores, e só vale destacar os excrementos arremessados pelo bando bolsonarista porque eles revelam o pavor do sociopata, que está acuado no galho das vacinas, sem ter para onde fugir.

O fato é que a CPI da Covid está pronta para devorar Jair Bolsonaro e o resto da macacada aloprada, e isso só não ocorreu até agora, a despeito dos 500 mil mortos, por um cálculo imoral: os predadores do Congresso Nacional e do STF preferem que o primata palaciano continue a sangrar até a disputa presidencial.

Desde o ano passado, quando Jair Bolsonaro liderava com folga em todas as pesquisas, e sua popularidade aumentava de parcela em parcela de coronavoucher, eu apostava em sua derrota, prevendo que ele despencaria da árvore e seria comido pelo eleitorado, como Marcelo Crivella. Cheguei a escrever sobre isso aqui na Crusoé, numa coluna intitulada Bolsonaro vai perder em 2022.

Apesar de ter certeza do fracasso bolsonarista nas urnas, porém, sempre repeti que ele deveria ser processado e preso pelas atrocidades cometidas durante a epidemia. A covardia institucional brasileira, que faz malabarismos simiescos para evitar um impeachment, e recorre a um presidiário para abater o sociopata, vai acabar provocando um dano ainda maior em nossa democracia.

O espetáculo escatológico do macaco guariba apavorado que, antes de ser engolido, arremessa excrementos da rampa do Palácio do Planalto pode até parecer pitoresco e inofensivo, mas ele emporcalha o ambiente de um jeito irremediável, e o fedor vai emanar para sempre. Jair Bolsonaro tem de perder, sim – mas em 2021.

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