DiogoMainardina ilha do desespero

Dane-se 2022

02.07.21

Vacina por propina. Até agora, eu perdia meu tempo – e o seu – à procura da terceira via. Isso acabou. Jair Bolsonaro tem de ser afastado o quanto antes do Palácio do Planalto. Ou preso. Ou afastado e preso.

A surpresa mágica prometida por Luis Miranda, em entrevista para o nosso site, realizou-se: Jair Bolsonaro, depois de ser acorrentado por seus cupinchas, trancou-se num baú e, magicamente, desapareceu. Junto com ele, desapareceu também 2022. Puf. É uma imbecilidade sem tamanho continuar discutindo sobre a disputa de 2022, porque o ano crucial para o Brasil é este: 2021. Danem-se as urnas. Dane-se o voto. Dane-se a terceira via. Não é o eleitor que pode resolver esse pepino. A responsabilidade é do Congresso Nacional, é do STF, é do empresariado. Ou essa gente se mexe imediatamente para salvaguardar nosso simulacro de democracia, ou é melhor desmantelar tudo.

Passei as últimas semanas fazendo cálculos eleitorais inúteis, angustiado com a perspectiva de um segundo turno entre um criminoso e outro, entre Jair Bolsonaro e Lula. Mas os fatos revelados nos últimos dias mostram, mais uma vez, que o voto no Bananão é uma farsa, e eu era um figurante involuntário dessa farsa, com minhas vergonhosas macaquices.

O saque da Petrobras, revelado pela Lava Jato, foi montado às vésperas de 2006, com o propósito declarado de reeleger Lula e seus comparsas, e agigantou-se nas disputas seguintes, para eleger e reeleger Dilma Rousseff. Às vésperas de 2022, o assalto se repete. Com um agravante monstruoso: o saque envolve vacinas, numa epidemia que matou meio milhão de pessoas. O que era assassinato em massa passou a ser latrocínio em massa, simbolizado pela propina de seis centavos de dólar por dose de vacina, como confessou o próprio Luis Miranda, à Crusoé. O roubo eleitoral de 2022, mais do que qualquer outro do passado, produziu uma montanha de cadáveres.

Nos próximos dias, as pessoas devem tomar as ruas para pedir o impeachment do sociopata, apesar de Arthur Lira, Augusto Aras e Gilmar Mendes. De dois em dois anos, o brasileiro é chamado a fazer uma rebelião. Nenhum lugar resiste a isso. O risco, claro, é o desaparecimento. O Brasil estava aqui, agora não está mais. Puf.

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