DiogoMainardina ilha do desespero

Bolsonaro na cadeia

06.08.21

A gangue bolsonarista, na madrugada de quarta-feira, bombardeou o Twitter com a hashtag “BarrosoNaCadeia”. A resposta para isso é igualmente simples e direta: Jair Bolsonaro na cadeia.

Em primeiro lugar, golpista tem de ser preso. Em segundo lugar, quanto mais poderoso é o golpista, mais dura tem de ser sua pena. Depois de meses e meses de acovardamento e conchavo, o STF finalmente resolveu enfrentar o golpismo escancarado de Jair Bolsonaro. O plano dos ministros, com os dois inquéritos que foram abertos nesta semana, é encabrestá-lo até sua derrota nas urnas, em 2022. Dependendo do que ocorrer, podem inclusive cassar sua candidatura, às vésperas do voto. É um erro. O sociopata está encurralado e precisa desesperadamente de uma rinha institucional para acobertar os crimes que cometeu durante a epidemia e a campanha eleitoral antecipada. Em vez de oferecer-lhe uma rinha, portanto, é melhor julgá-lo, condená-lo e trancá-lo numa cela. Sem perder tempo.

Se o Judiciário teme que Jair Bolsonaro e seus militares aloprados incendeiem as ruas, é sinal de que a democracia já perdeu. O achaque golpista do principal capataz do bolsonarismo, o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, mostra que aquela gente está disposta a praticar qualquer bestialidade para permanecer no poder. Neste momento, a bestialidade se manifesta através do ataque rasteiro a Luís Roberto Barroso, mas ela pode se voltar até contra os comparsas do golpista, como Arthur Lira e Ciro Nogueira. Para a gangue bolsonarista, eles representam a escória que o sociopata, espertamente, corrompeu, com a promessa velada de chutá-los e esquartejá-los num segundo mandato.

Os inquéritos abertos pelo STF e pelo TSE, por mais necessários que sejam, só podem deter o golpismo bolsonarista se forem conduzidos sem medo, perseguindo o chefe da gangue e seus filhos. Ou a democracia enfia Jair Bolsonaro na cadeia, ou Jair Bolsonaro enfia a democracia na cadeia. A liberdade de um depende do encarceramento do outro. Só um dos dois vai ficar fora das grades. E a decisão é agora.

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