Quem queimou o general

11.06.21

Uma sequência de mensagens encontradas pela Polícia Federal no WhatsApp do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos adiciona um elemento intrigante à conturbada demissão do general Santos Cruz da Secretaria de Governo, em junho de 2019. Primeiro militar a cair no governo de Jair Bolsonaro, Santos Cruz sofreu intensos ataques da ala olavista depois do vazamento de um print de uma conversa atribuída ao general na qual ele fazia críticas aos filhos do presidente e ao então secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten. À época, Santos Cruz afirmou que o diálogo era uma montagem e, no início de 2020, a própria PF concluiu que as mensagens eram falsas.

Contudo, um relatório da polícia feito em julho do ano passado, e que veio à tona agora com a retirada do sigilo do inquérito dos atos antidemocráticos no STF, mostra que Allan dos Santos recebeu mensagens em seu celular, em maio de 2019, de uma pessoa que diz ser a responsável pelo vazamento da conversa. Trata-se da chefe de gabinete da Casa Civil, Carolina Gaia e Silva, que era na ocasião assessora especial da pasta comandada por Santos Cruz e herdada pelo general Luiz Eduardo Ramos, atual chefe dela. No texto destacado pela PF, a servidora afirma que “printou” as imagens da conversa do celular do coronel Augusto Vareda, então chefe de gabinete de Santos Cruz, “em um momento de distração dele”, e as repassou ao “Fabio da Secom”, que seria Wajngarten, responsável por mostrar o material a Bolsonaro. A julgar pelas conclusões da própria PF em 2020, ela não estava falando a verdade.

Mateus Bonomi/AGIF/FolhapressMateus Bonomi/AGIF/FolhapressChefe de gabinete da Casa Civil diz ter printado conversa de Santos Cruz

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