Forçando a barra

28.05.21

A saída de Fernando Azevedo do Ministério da Defesa em reação ao esforço de Jair Bolsonaro para alinhar as Forças Armadas a seu projeto político fez barulho, mas está longe de convencer o presidente a desistir do plano. O que mais incomoda a alta cúpula militar, neste momento, é a sensação de que Bolsonaro segue firme em seu propósito, só que agora está agindo pelas beiradas – a ideia de levar Eduardo Pazuello, um general da ativa, para cima do palanque após o passeio de moto do último fim de semana é só um exemplo. Outros sinais estão na maneira como o presidente tem subjugado Walter Braga Netto, escolhido para substituir Azevedo. Nos bastidores, a despeito do curtíssimo período sentado na cadeira, Braga Netto já ganhou um carimbo vistoso. Na comparação com outros que passaram pelo posto, ele é visto como um ministro da Defesa fraco por não se impor diante do Planalto para defender a autonomia das três forças. O temor é que, com ele lá, Bolsonaro acabe conseguindo – a seu modo, e com seus Pazuellos de estimação – colocar em marcha o projeto de se exibir como “dono” dos quartéis.

Braga Netto tem colocado Bolsonaro na frente das três forças

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