Rafael Andrade/Folhapress"Quando um candidato é eleito, ele é cobrado pela esposa para dar emprego ao cunhado"

A ditadura da família

O antropólogo Roberto DaMatta relaciona os desvios de comportamento do brasileiro ao costume aristocrático de colocar familiares acima dos demais e aponta como exemplo a atuação de Jair Bolsonaro
29.01.21

Quando retornou para o Brasil após fazer mestrado e doutorado em Harvard, o antropólogo Roberto DaMatta, hoje com 84 anos, teve uma experiência traumática como diretor substituto do programa de pós-graduação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Ao procurar um sub-reitor, ouviu a frase: “Hoje eu não tenho tempo para atendê-lo!”. A resposta mal-educada foi anotada em seu diário em 5 de fevereiro de 1971. Em seguida, DaMatta “elaborou antropologicamente” o que tinha sofrido. Sua pesquisa culminou no ensaio “Você sabe com quem está falando?”, incluído no livro Carnavais, Malandros e Heróis, de 1979. A frase, tida por ele como um dos traços essenciais do brasileiro, serve para estabelecer diferenças em uma sociedade que, supostamente, deveria ser igualitária.

A obra marcou época porque, em vez de analisar o Brasil pelo conflito de luta de classes como seus pares posicionados à esquerda faziam, DaMatta se baseou nas interações sociais. Para ele, a grande instituição brasileira é a família, que permeia também as relações na esfera pública. “Quando um candidato é eleito prefeito no Brasil, em seguida ele é cobrado pela esposa para dar emprego ao cunhado”, diz. Essa prevalência dos círculos familiares hoje pode ser conferida no Palácio do Planalto. “Foi só as investigações chegarem ao filho, o Flávio Bolsonaro, para que o pai (Jair Bolsonaro) passasse a governar de modo absolutista. Ele mudou toda a estrutura dos ministérios para blindar sua família.” Quarenta anos depois do lançamento de seu primeiro livro, DaMatta aprimorou seu conteúdo e relançou o ensaio. O livro Você Sabe com Quem Está Falando? foi lançado pela Rocco no final do ano passado.

Aposentado como professor titular de antropologia da PUC do Rio, DaMatta segue com suas atividades intelectuais, estudando e escrevendo colunas. Durante uma hora por dia, ele pratica exercícios físicos na academia de ginástica ouvindo canções antigas, brasileiras e americanas, em um aplicativo de músicas. De Niterói, onde mora, ele conversou por telefone com Crusoé.

A pandemia revelou alguns traços incômodos da sociedade brasileira?
Essa catástrofe que estamos vivendo tem um caráter igualitário, que acabou se chocando com a matriz desigual da sociedade brasileira. A pandemia tem uma universalidade porque afeta a todos. O vírus não escolhe quem vai morrer. Pode ser rico, pobre, alto, baixo, negro ou branco. Nesse sentido, pode-se dizer que a pandemia é democrática. No Brasil, a chegada da Covid evidenciou de uma forma nua e crua que estamos longe de ser uma sociedade perfeita. De um lado, a doença ressaltou nossa incapacidade de nos organizar igualitariamente. De outro, trouxe à luz a desumanidade brasileira. Somos uma sociedade aristocrática, que ainda guarda os traços da escravidão. Eu nasci em 1936. Apenas trinta anos antes do meu nascimento o Brasil ainda estava fedendo à exploração da escravaria.

Em que o Brasil ainda é aristocrático?
Ninguém analisa as implicações disso, mas o rei veio para o Brasil em 1808. Fugindo de Napoleão, a corte portuguesa aportou por aqui, centralizou o governo e consolidou um estilo de vida aristocrático e escravagista. Os negros africanos, depois de uma viagem horrorosa, ficavam com o trabalho manual, menosprezado por todos. Os escravos que tinham alguma inteligência emocional logo entenderam que, quanto mais próximo dos senhores, melhor seria para eles. Nesse processo, criou-se uma estrutura de vínculos pessoais muito forte. Temos isso implantado na matriz social brasileira, em que a família é o principal valor. Como se apaga um passado como esse? Hoje, o brasileiro não sabe o nome completo das suas empregadas. Elas são chamadas apenas por apelidos como Dedé, Lili. Os trabalhos manuais continuam desvalorizados. Os homens não sabem nem sequer passar a camisa. As mães criam os filhos para entregá-los a outras mulheres, que depois assumirão o papel delas. Tem cara que pede sentado para a mulher levar o copo d’água. Alguns se acham especiais, superiores, nobres. Acham que podem fazer de tudo.

Divulgação/FLIPDivulgação/FLIP“Os americanos não nutrem essa devoção pela família”
Como isso se reflete na esfera pública?
Brasileiro fica irritado em fila. Fica chateado quando vai pegar o avião ou entrar na agência bancária, porque quer ser atendido em primeiro lugar. É por isso que vimos grupos se organizando para receber a vacina antes dos demais. Não vou me surpreender se logo mais aparecerem políticos inoculando familiares antes dos grupos prioritários (a entrevista foi feita no primeiro dia de vacinação no país). A ideia que perpassa tudo isso é a de que aquilo que vale para os outros não vale para mim. Quando está dirigindo o carro, o brasileiro não gosta de parar no vermelho. Se vê os outros passando, mete o pé na tábua e avança o semáforo. É assim que acontecem os grandes acidentes. Quando um candidato é eleito prefeito no Brasil, em seguida ele é cobrado pela esposa para dar emprego ao cunhado. Se algum fiscal ameaça multar um desembargador sem máscara, ele reage com o tradicional “Você sabe com quem está falando?”. Esse é um comportamento puramente aristocrático, ainda usado por muitos. Acham que podem fazer isso porque nada vai acontecer com eles. Essa inconsciente sensação de superioridade e impunidade é o que também explica a mala de dinheiro que o emissário do senador Aécio Neves foi pegar. Explica também as maletas cheias de notas encontradas no apartamento de Geddel Vieira Lima, na Bahia. Os donos podem tudo.

A política brasileira atual ainda reflete esses traços?
Claro que sim. Bolsonaro não veio do espaço sideral. Ele também tem esse viés aristocrático. Paradoxalmente, ele se elegeu prometendo acabar com os privilégios. Prometia dar um caráter mais impessoal para a política e valorizar as normas e as regras. Foi isso o que a Lava Jato fez com o Sergio Moro. O ministro Paulo Guedes também trouxe essa bandeira, na proposta de privatizar as estatais. Só pode haver igualdade quando há impessoalidade nas relações. Antes, eles falavam da necessidade de revisar a estrutura do funcionalismo público. Uma pessoa não poderia mais ter três aposentadorias, apenas uma. É assim que as coisas funcionam nas democracias modernas. Foi só as investigações chegarem ao filho dele, o Flávio Bolsonaro, para que o pai passasse a governar de modo absolutista. Ele mudou toda a estrutura dos ministérios para blindar sua família. Jair Bolsonaro não entende como funciona a estrutura administrativa. Acha que deve ser tratado de maneira especial, como o supremo magistrado da nação. Ele não tem a menor sensibilidade para com os outros, para com a morte.

Como o sr. explica o esquema “rachid”, ou “rachadinha”, do qual Flávio Bolsonaro é acusado?
Sempre que alguém é convidado para fazer algo que não é muito legal, aparece um sujeito como o garantidor da operação. Ele se bota na linha de frente. É o “deixa que eu faço”. Esse cara era o Fabrício Queiroz. Por muito tempo, as coisas funcionaram com ele. Bolsonaro não inventou nada. Esse sistema da rachadinha, de pegar parte do salário dos subordinados, já existia. Tanto que já tinha esse nome. Flávio Bolsonaro só entrou na canoa que estava lá.

O sr. estudou nos Estados Unidos. Os americanos são muito diferentes de nós nesses aspectos?
Nos dois países, o fim da escravidão criou igualdade jurídica entre as pessoas. A diferença é que lá, nos estados do sul, eles fizeram um contrassistema legal para reestabelecer as diferenças que tinham sido abolidas. As leis segregacionistas de Jim Crow foram a culminação disso. O conceito era o de “iguais, mas separados”. No Brasil, isso foi feito por meio das relações pessoais. Não construímos um sistema legal, baseado na impessoalidade, para impor as diferenças, mas adotamos a frase “Você sabe com quem está falando?”, que segue viva até hoje. Nos Estados Unidos, a expressão mais comum é outra. Quando alguém fura a fila, os outros gritam: Who do you think you are? (“Quem você pensa que é?”). Eles usam uma expressão inversa da nossa, para situar a pessoa como um igual, e não como alguém inferior.

Divulgação/FLIPDivulgação/FLIP“Acabar com os privilégios não deve ser uma posição da direita ou da esquerda, mas de todos
É possível traçar paralelos entre o ex-presidente Donald Trump e Jair Bolsonaro?
Trump tentou fazer lá muito do que Bolsonaro fez aqui, mas foi barrado pelo sistema. Para começar, os americanos não nutrem essa devoção pela família. Eles nem sequer pensam nisso de arranjar emprego para parentes. É algo que para eles não tem significado.Não há um familismo institucionalizado. Repare nos filmes americanos. Geralmente, eles falam da relação conjugal, entre marido e mulher. No Brasil, a trama costuma ser entre pai, mãe e filhos. Quando um jovem americano chega aos 14 anos, ele começa a não querer mais morar com os pais. No Brasil, a independência e a autonomia são vistas com desconfiança. Também inexiste por lá a cultura aristocrática que temos aqui. Por terem passado por várias guerras, os quadros do Exército, da Marinha e da Força Aérea desenvolveram um poderoso sentimento de solidariedade e patriotismo. Seus quadros não são manipulados por regras de compadrio. É por isso que testemunhamos generais negando publicamente afirmações de Trump.

Há comparações possíveis entre Bolsonaro e outros políticos da história brasileira?
Bolsonaro é um personagem autoritário que se coloca como salvador da pátria. Diz que está tentando consertar o Brasil, mas que os seus inimigos não deixam, seja lá quem eles forem. Já vimos isso com Leonel Brizola, com João Goulart, com Jânio Quadros. Esse último, aliás, acabou sendo esquecido na história. Mas é o que mais se parece com Bolsonaro. Jânio usava aquele terninho de safári, uma roupa de caçador africano, e falava de uma maneira que parecia o Carlitos de Charlie Chaplin imitando Hitler. Não é muito diferente do que a gente está vendo hoje. Esses caras se repetem. Além do mais, Bolsonaro era um caipira que caçava no mato e depois ficou muitos anos no Congresso. O sentimento para quem o observa é o de que o sujeito tem uma carga de contradições muito grande dentro dele, e isso acaba transbordando.

O sr. vê alguma solução possível para o Brasil?
O país precisa criar uma cultura verdadeiramente igualitária, neutralizando as relações familiares na esfera pública. Não estou falando em acabar com a família, não é isso. Mas é preciso impedir que elas predominem além da porta da casa. No município de Magé, na Baixada Fluminense, o prefeito Renato Cozzolino nomeou sete parentes. Ao ser questionado, ele defendeu as contratações com as justificativas mais tolas, dizendo que são pessoas de sua confiança. O ex-presidente José Sarney fez o mesmo. Ao invés de pensar nos parentes, precisamos buscar atender a uma comunidade maior, que pode ser o bairro, a sociedade. Os americanos sempre falam em “comunidade”. Nós poderíamos adotar essa mentalidade também.

Qual seria o caminho para avançar nessa mudança?
O primeiro passo para alterar as coisas não é querer corrigi-las, mas olhar para elas. Eu escrevi alguns livros investigando e denunciando esses problemas, mas ninguém leu. Então acho que falar da nossa cultura já é uma maneira de começar a mudança. O que não podemos é ignorar o protagonismo das relações e obrigações da casa familiar no resto da sociedade. Esse é um ponto central. Quem não analisa ou reflete sobre o desejo de fumar, jamais vai deixar de ser fumante. Acho que no Brasil de hoje há uma demanda maior por igualdade, ao mesmo tempo que há uma desilusão com o projeto político. Também há mais informação, mais transparência. Precisamos discutir melhor quais são as nossas receitas de cura, para acabar com os privilégios. Essa não deve ser uma posição da direita ou da esquerda, mas de todos. Acho que a gente vai conseguir fazer esse ajuste. Sou um velho otimista.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Gostei do artigo, mas tenho algumas ressalvas. Considero que a família é a base de nossa sociedade e isso é bom. É na família bem estruturada que se passam os valores aos filhos. Ter responsabilidade, ética, honra. Não há outra instituição que a substitua, nem escola, nem igreja, nem nada. Essas instituições apenas completam o bom trabalho feito em casa. Dito isso, concordo que de fato precisamos evoluir para a partir da família estabelecer um senso maior de comunidade.

  2. Excelente entrevista e entrevistado (já li Carnavais, Malandros e Heróis - muito bom). Só discordo do “preconceito” do professor em relação ao “caipira”, pois este pode ser educado, culto, “estudado”, “viajado”, etc.

  3. Sempre admirei Roberto DaMatta, e esta entrevista apenas reforça está percepção. Todavia, durante a leitura ocorreu-me a possibilidade da complementação ou enriquecimento desta entrevista com uma abordagem adicional sobre a relação dos brasileiros com a “Ética”.

    1. Moacir você tem toda razão, Somente que não pensa pode achar alguma virtude neste indivíduo que não nos governa mas atende as necessidades de seus filhotes rachids.

    2. Qualquer cidadão com mais de 1 neurônio e que não seja gado, não vai ficar procurando coisas positivas neste governo.

    1. entrevista a favor do que acha o entrevistador não se pergunta sobre os desmandos da esquerda nos últimos anos

  4. O brasileiro quer se dar bem, de preferência sem trabalho duro ou esforço. O brasileiro não quer estudar, não gosta de se informar. O brasileiro tem vocação pra o ócio.

  5. Sempre há quem seja otimista, mas mudar esse senso aristocrático no Brasil não faz parte da mentalidade da maioria da população. Na hora de pensarmos em reduzir a influência que gostamos de manter sobre os outros, bate a preguiça ou o cinismo: “por que a mudança deve começar por mim?”

  6. Excelente entrevista. Mudanças culturais são lentas por natureza. Todavia, em passado recente tivemos a Lavajato, que deu a impressão de que iria gerar mudanças positivas no trato com a coisa pública. Lamentavelmente, tudo indica que está sendo neutralizada pela comunidade que vive de predar recursos do estado.

  7. Nada vai mudar. Por quê? Porque para cada um que está lá, praticando familismo, nepotismo, patrimonialismo e outros “ísmos” existem milhares pensando em fazer o mesmo. Se começássemos, hoje, a educar as novas gerações no caminho da igualdade e do bem comum, veríamos os resultados em 30 ou 40 anos. Mas não o fazemos e, portanto, não veremos. Mao fez isso na China e transformou um país essencialmente agrícola, aristocrático e atrasado na maior potência mundial. Mas ele, Mao, não chegou a ver.

  8. A ambivalência do humano é universal! Egoísmo/ altruísmo... Precisamos assumir o século XXI, como o século do multiculturalismo, sem perder a visão da subjetividade. Precisamos estar atentos ao que está acontecendo no MUNDO, durante esse grande EXPERIMENTO do COVID 19. Abrir os olhos para o mundo, para enxergar os grandes problemas ÉTICOS dessa pandemia, que envolvem todos os países ao redor do mundo, sem fugir da responsabilidade individual sobre as próprias ações.

    1. Tenho andado pouco por aqui, mas gosto de ver que sempre tem um CANCELADOR nos comentários.

    2. Já foi tarde, hasta la vista. É muita informação para um cérebro só!!

    3. Que bom, tem bastante conteúdo que pode te interessar no whatsapp, vaza.

    4. Não consegue interpretar o nível dos entrevistados? Volte a escola. Deve ser daqueles que se auto proclamam Conservadores , mas tem filhos com três mulheres.

  9. Muito boa entrevista. Dois comentários: 1 - eu resolvi a minha incapacidade de passar uma camisa comprando só camisas que não precisam ser passadas; 2 - eu só não gosto de filas que não dão seguidas, detesto ser passado para trás.

  10. Famílismo e nepotismo não são exclusividade brasileira. Estes são comportamentos bastante disseminados em todos os países atrasados que possuem governos cujo objetivo principal é maltratar e, se possível, matar a sua população. Portanto, é um fenômeno global.

  11. Ótima entrevista, acompanho arti- gos do Robert da Mata há muito tempo. Não sou otimista como ele, o setor público brasileiro é uma grande oligarquia e criaram um feudo "imexivel"

  12. A maneira de acabar isso, e com pena de morte para corrupção. Só assim. Ou explodir os políticos bandidos, com toda a família. Quem sabe seríamos respeitados. Enquanto isso, estão cagando e andando pra sub-raça. E tem idiota que vota.

  13. Há muito tempo não lia uma entrevista tão real e excelente para os dias de hj . Roberto de Matta fez isso , sua entrevista deveria ser lida por um número de pessoas muito grande pois mostra a realidade do Brasil de ontem e de hj.Parabéns Sr. Roberto de Matta que Deus o conserve mais perto de nós , o senhor é uma pessoa indispensável para nós pobres burgueses.Que Deus o abençoe e guarda.

  14. Maravilhoso é a pura verdade. No Brasil por a família acima da comunidade é comum. E Essa atitude protege criminosos, ladrões, corruptos, empresários que são insensíveis às mortese à fome alheia. E aí daquele que pensa diferente. É considerado comunista, ofendido a todo custo. No momento em que ocorrer uma mudança na cultura brasileira teremos tudo.

  15. Parei de ler quando o Da Matta fazia a dissertação sobre a matriz aristocrática da sociedade brasileira diz: " Bolsonaro era um caipira que caçava no mato ". Da Matta não é "do mato" ele quer deixar isso bem claro, e não se peja em praticar o preconceito de classe.

  16. O culpado e' Bolsonaro e o ambiente familiar que e' cultural no Brasil e' um desvio de comportamento.Este não aprendeu nada nos EUA

    1. Falou o sabichão que escreveu mas não leu.

  17. A despeito de na maioria das vezes ser benéfico, o senhor acha que o familismo a brasileira nas artes (música, principalmente) também é fruto dessa cultura?

  18. Lembro bem quando Mainardi denunciava a bandidagem do Lula e do PT, foi importante para destruição do PT , que ancorado na corrupção buscava acabar com a liberdade no Brasil. Sobre Bolsonaro, muitas críticas são injustas, pois nosso Presidente nos garante a liberdade e o progresso, sem praticar corrupção. O prejuízo que o ditadorzinho corrupto Maia, causou ao Brasil, merece uma crítica fatal, padrão DIOGO MAINARDI, inclusive ao STF. Bolsonaro faz bem ao Brasil, sua conduta tem melhorado o País.

    1. Adolfo, vc tem certeza de que sabe o significado da palavra “corrupção “?

    2. Adolfo , o Bolsonaro nomeou um petista para PGR,um petista no ministério da justiça e um ministro petista no STF e acabou com à lava-jato .

  19. O entrevistado atacou a família,citou maus exemplos de ex presidentes mas não citou FHC,Lula e Dilma.Comparou Bolsonaro com o Hitler discretamente... Enfim, discretamente ele falou das pautas dos "socialistas"

    1. No início da entrevista é mencionado que nos anos 70, o Dr. Da Matta escreveu um livro sem o viés da luta de classes. Ele não é um socialista, de forma alguma.

    2. Sra Lúcia, cê não leu o texto q tá nesta pág.. Deve ter bronca com DaMatta de algum outro trabalho dele e usou este texto pra expressar. Em nenhuma parte da entrevista (publicada) ele ataca a família. Fala do FAMILISMO.Fala no"costume aristocrático de colocar familiares acima dos demais". No popular,o seguinte: "Cê não vai por o menino lá?" (É a patroa falando pro maridão dar um jeito de enfiar o sobrinho dela na 'vaga' da repartição) Lá é onde centenas tão derretendo uzóio de estudar pra estar.

  20. Perfeito. A raiz da nossa corrupção endêmica está na crença de que devemos vassalagem irrestrita à familia. E que a família é maior que a justiça e os valores morais. A semente da corrupção encontra terreno fértil no sangue latino. Valores acima de tudo, família imediatamente abaixo.

    1. Amigo, a última trincheira contra o arbítrio estatal é a família. De modo sub-subreptício a referida entrevista tenta atacar essa instituição. E com que objetivo? Claro, para que a mesma não tenha força para lutar contra o Estado. Isso não passa de uma uma pauta socialista fedorenta.

  21. Concordo com tudo exposto, só ressaltando que no caso das rachadinhas de Flávio, Bolsonaro também está se protegendo porque seguindo o fio do novelo,também chegaria a ele.

  22. A abordagem é muito clara e expõe um problema que se vê nas diversas esferas públicas ( casos recentes no judiciário por exemplo ) e que percebe-se no dia-a-dia das empresas. Em ambas esferas opta-se pela família em detrimento da competência, o que leva à perda do desenvolvimento potencial.

  23. Não sou tão otimista. Essa questão do familismo, q sempre existiu, esteve um pouco diminuída,mas cresceu assustadoramente nos últ tempos.. Br tá virado nisso. E considero q o "exemplo" de bolsonaro no seu trato com os filhos tem sido preponderante como estímulo. Mas isso é só o começo da coisa.. a falta de ética q aparece aí se estende pra mto mais.Ninguém mais se sente verdadeiramente responsável por nada.. nunca saímos do jeitinho.. mas a lei de gerson tinha sido quase revogada. Voltou total

  24. Pergunto-me como é que um ser pensante, civilizado como Roberto DaMatta nasceu, criou-se e ainda vive no mesmo espaço de tempo que um TROGLODITA. Pior ainda, é governado por ele. Aliás, ninguém melhor do que DaMatta para explicar isso. Eu não entendo.

  25. Magnífica entrevista. Perguntas e respostas perfeitas. Traçou e esclareceu o perfil dos governantes e governados neste país de paradoxos abissais com pessoas de egos tão profundos, incompreensível para o melhor psiquiatra de plantão. Parabéns a Crusoé e ao entrevistado.

  26. Muito boa e esclarecedora a entrevista sobre a nossa "cultura". Só discordo quando ele diz que o vírus não escolhe quem vai morrer. O vírus não escolhe quem vai contaminar, quem vai morrer é influenciado pelo fato de ser rico ou pobre, pela diferença de recursos disponibilizado e tratamento dado para aquele que for contaminado.

    1. Pelo teu raciocínio Maguito Vilela não teria falecido.

  27. Finalmente, Mr.Teixeira deu uma dentro. Agora o que faz parece jornalismo crítico e não denuncismo frouxo e sensacionalista (espero que tenha sido iniciativa sua e não pauta do "editor" Mainardi). Entrevistar DaMatta neste momento é oportuno e esclarecedor. Uma ponderação é que DaMatta tem uma dívida de gratidão com os EU (quando viveu lá que teve um estímulo para "estranhar" o "familiar" Brasil). Mas sempre bom ouvir DaMatta sobre esta ópera da humor negro que assistimos todos os dias por aqui.

  28. Roberto DaMatta é um intelectual brasileiro que respeitável cuja visão importa para entender porque somos como somos. Integra a tradição liberal inaugurada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda e pelo grande Ruy Barbosa.

  29. Tudo bem que nos EUA existe mais democracia e senso de comunidade que no Brasil . Mas ainda existe muita discriminação contra os negros , indígenas e hispanicos . Sem falar nos CEOs das grandes empresas que vivem numa situação de privilégio como se sentissem numa casta superior.

  30. No Brasil agora está assim, antes de comentar qualquer assuntos, primeiro temos que nos defender, isto é para dizer que NUNCA votei no PT muito no débil do Bolsonato e Lula deveria ser mantido presso e Bolsonaro imptimado, mas ouvir de um antropólogo que Sérgio foi imparcial e preço pelas normas e regras legais é demais, por isto, entendo a baixa qualidade da educação brasileira vinda principalmente por professores alienados como este.

    1. Maria, a única esperança de um Brasil melhor foi a Lava Jato e a coragem do Sergio Moro para agir contra os ROUBOS do lula e do pt (minúsculos mesmo.)

    2. Impessoalidade que no trabalho segue a hierarquia sem contaminar convicções pessoais.

  31. Parabéns Crusoé por esta entrevista de altíssima qualidade. Parabéns ao antropologo Roberto DaMatta pela excelente contribuição e pelo raio X apurado da situação brasileira.

  32. O professor Roberto da Matta lúcido e otimista como sempre. Suas análises aqui, e em seus livros, vão ao cerne da questão. Esses desvios de caráter de nossos compatriotas têm relação íntima com a visão patrimonialista que os nossos descobridores e colonizadores nos legaram. Mas lá se vão 5 séculos, ou 2 se considerada a vinda da família real, fugida da terrinha com Napoleão ao seu encalço. Haverá um dia em que seremos donos de nosso nariz, e nos livraremos das desculpas de sempre? Quem sabe...

  33. Maravilhoso texto. Confesso que não li nenhumabobra do senhor. Fiquei maravilhada é pensativa. Vou adquirir é sorver seus livros.

  34. Ótima entrevista! Se vê essa predominância da família até em decisões do STF, que não classifica como nepotismo a nomeação de parentes para cargos politicos como secretarias e ministérios de governo...

  35. Duda,ESTÁ EQUIVOCADO COM O GOVERNO BRASILEIRO ESTAR ESNOBANDO A VICINA”PRIMEIRO NO PRIMEIRO SEMESTRE FECHAMOS O CONTRATO ASTRAOXFORDXFIOCRUZ E EMPRESAS PRIVADAS FIZERAM FCA NOVA PARA A FIOCRUZ E SEGUNDO BRASIL ESTÁ,NA OBRIGAÇÃO,NA COVAX???

  36. BOLSONARO “PERSONALIDADE em CORRUPÇÃO e CRIME ORGANIZADO do Ano!” FAMÍLIA BOLSONARO promoveu retrocessos na luta contra a CORRUPÇÃO que nem mesmo Dilma e Temer ousaram! Em 2022 teremos “UM PRESIDENTE LAVA JATO PURO SANGUE” = SÉRGIO MORO! Triunfaremos! Sir Claiton

  37. A tradição da terra tupiniquim da lei de Gerson, "vantagem em tudo." teve origem com os colonizadores portugueses, esse texto é esclarecedor, pois a história explica o presente, os donos do poder de Raymundo Faoro complementa o artigo do professor, o Brasil é uma pirâmide de castas familiares incrustada nos relacionamentos sociais e de poder, as quais não foram quebradas pelos colonizadores.

    1. Bolsonaro vendeu um personagem que nunca foi. O de Liberal, de conservador família e anti corrupção. 5 filhos com 3 mulheres não pode ser um exemplo de conservador nem família. Se.puxar o fio da rachadinha do Flávio ela vai chegar no pai, o.filho não aprendeu do.nada, apenas é produto dos ensinamentos familiares, tanto que o agente da cobrança era o mesmo para toda família, Fabrício Queiroz.

  38. Professor DaMatta, grande mestre! Seus livros e reflexões permanecem atuais! Parabéns Crusoé em chama-lo. Nossa bagagem patrimonialista e escravocrata continua a semear a desigualdade e a iniqüidade. E a gestar salvadores da pátria e lunáticos na política.

  39. E essa postura do compadrio quase certamente está na origem daquela velha piada sobre as benesses naturais do Brasil e Deus dizendo "você vai ver o povinho que eu vou colocar lá"...

    1. Excelente artigo e entrevista! O Prof. Da Matta consegue ser objetivo, profundo e conciso, ou seja, um discurso ESCLARECEDOR!!

Mais notícias
Assine agora
TOPO