DiogoMainardina ilha do desespero

Presidente Moro

13.11.20

Sergio Moro já está eleito. Basta pegar a lista de seus oponentes. Quem conta com a hostilidade de Jair Bolsonaro, Lula, Rodrigo Maia, Renan Calheiros, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ciro Gomes derrota qualquer um — e derrota com folga.

Até seus pretensos aliados procuram segregá-lo. Luciano Huck, depois de encontrá-lo em Curitiba para conversar sobre 2022, vazou para um jornal que pertence à turma de Rodrigo Maia. O plano eleitoral de Luciano Huck é simples: ele quer se apresentar como alguém capaz de agregar apoios — de Sergio Moro a Rodrigo Maia. Ao mesmo tempo que ele agregaria apoios, Sergio Moro os afastaria, como demonstrou o próprio Rodrigo Maia, declarando que Sergio Moro é de extrema-direita. Duas coisas ficaram claras nesse episódio. A primeira é que querem o apoio de Sergio Moro, mas sem Sergio Moro. A segunda é que Luciano Huck realmente pertence à turma de Rodrigo Maia, e que os dois trabalham juntos.

Entrevistado sobre o assunto, Sergio Moro foi transparente. Ele defendeu a necessidade de derrotar Jair Bolsonaro e Lula em 2022, e mostrou que vai colaborar para que isso ocorra — dentro ou fora do Palácio do Planalto. Ele leva uma vantagem sobre todos os outros candidatos a presidente: não tem nada a perder, porque não quer o cargo. Ele leva mais uma vantagem: é o único que tem votos. Desde a semana passada, especula-se sobre quem poderia encarnar o papel de Joe Biden brasileiro. O que ninguém está considerando nesses cálculos é que Joe Biden não foi escolhido num gabinete, e sim durante as primárias de seu partido, com um caminhão de votos. Para derrotar Jair Bolsonaro e Lula, é preciso conquistar o eleitor, e quem tem o eleitor — neste momento — é Sergio Moro.

Caso Sergio Moro decida concorrer em 2022, a Crusoé vai perder seu colunista. Mas o país vai ganhar uma alternativa de verdade. É inaceitável ter de escolher entre Jair Bolsonaro e Lula. E Sergio Moro, por enquanto, é o único que pode melar essa disputa.

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