Extorsão à paraguaia

16.10.20

A área de inteligência do governo acredita que se André do Rap, o megatraficante libertado por ordem de Marco Aurélio Mello, refugiou-se mesmo no Paraguai, dificilmente a recaptura se dará no curto prazo – e a ressalva não se dá exatamente pela dificuldade de localizá-lo, mas por razões que envolvem um tema complicado do ponto de vista diplomático. Brasília acredita que, após ser localizado pela polícia paraguaia, o chefe do PCC passará por um processo que tem se repetido com criminosos brasileiros endinheirados caçados no país vizinho: ele provavelmente será achacado à exaustão antes de ser entregue ao Brasil. Esse é um tema delicado nas relações entre as autoridades de segurança dos dois países, que não tratam do problema abertamente sob pena de melindrar a relação. Há, no entanto, casos recentes que ilustram bem o problema. Chefes do próprio PCC localizados do lado de lá da fronteira e extraditados relataram a autoridades brasileiras que já não aguentavam mais os sucessivos achaques praticados pela banda podre da polícia paraguaia. A lógica por lá, segundo uma bem posicionada autoridade brasileira, é encontrar os criminosos, tirar deles tudo o que for possível e só depois prendê-los e mandá-los para o Brasil. Por óbvio, a torcida é para que, dada a sua repercussão, o caso de André do Rap tenha tratamento diferente.

Reprodução/Polícia CivilReprodução/Polícia CivilAndré do Rap: investigadores acreditam que ele voou para o Paraguai

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