Múcio e a Odebrecht

09.10.20

O presidente do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro, oficializou nesta semana a antecipação de sua aposentadoria. Ele poderia ficar mais dois anos, mas resolveu que deixará a corte no final deste ano. O que poucos sabem é que, há poucos meses, a força-tarefa da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República preparou um pedido ao Supremo Tribunal Federal para que Múcio fosse investigado por suas relações com a Odebrecht. A petição, encaminhada ao gabinete de Augusto Aras, se baseou em arquivos ainda inéditos que apontam que o ministro teria uma espécie de “conta corrente” no departamento de propinas da empreiteira. O apelido dele nas planilhas era “Nono”. No acordo de delação fechado pelos executivos da Odebrecht no fim de 2017, Múcio não foi citado, mas o nome dele apareceu durante a análise de mais uma nova leva de e-mails trocados pela cúpula da companhia. Os pagamentos teriam sido feitos, segundo os procuradores, porque Múcio atuou em favor da empreiteira em um julgamento que envolvia a hidrelétrica de Belo Monte. Ao falar aos investigadores, Marcelo Odebrecht afirmou que a relação do ministro com a empresa é antiga, anterior até à entrada dele na política.

Agência BrasilAgência BrasilJosé Múcio diz que antecipou a aposentadoria porque quer “descansar”

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