O ministro da Propaganda rejeitou o rótulo de ministro da Propaganda.

Ele publicou no Twitter:

“Mais uma vez, O Antagonista me rotula ‘ministro da Propaganda’, como fez um certo ex-ministro, agora contratado do blog. Não é coincidência. É ilação maldosa. Sinal que nosso trabalho em divulgar tantas ações do governo está incomodando. Aviso aos navegantes: eu acredito no Brasil.”

Jair Bolsonaro compartilhou sua mensagem e comentou:

“Continue, Ministro. Um forte abraço!”

Novecentos seguidores aplaudiram a resposta do ministro da Propaganda e enxovalharam nosso site. É bizarro que um herdeiro do Centrão consiga despertar tamanho entusiasmo, mas isso reflete a ojeriza dos bolsonaristas pela imprensa — em particular, por O Antagonista, que só perde da TV Globo nesse ponto.

O comentário mais comum dos bolsonaristas a nosso respeito foi roubado dos lulistas: “anta agoniza”. De certa forma, O Antagonista está agonizando desde que foi inaugurado, mas é provável que — para o meu desgosto — ele assista ao enterro de seus dois fundadores. Eu, por exemplo, já estou mais para lá do que para cá, como uma anta do Pantanal, queimado pelas chamas imbecilizantes do bolsonarismo.

Jair Bolsonaro nomeou um ministro da Propaganda porque propaganda funciona. Além disso, ele viu também que a estratégia usada no primeiro ano de governo fracassou bisonhamente. O plano do bolsonarismo era desbancar a imprensa criando uma rede de canais chapa-branca na internet. Deu errado. Em parte, porque sua turma é incapaz e analfabeta. Em parte, porque desviar dinheiro público para bancar o agit-prop clandestino pode dar cadeia.

O Anta agoniza é — disparado — o maior site político brasileiro. No ranking da Alexa, que pertence à Amazon, estamos hoje em 184° lugar, entre todos os sites brasileiros. O Estadão — o jornal inteiro — está em 203° lugar. A Folha de S. Paulo, em 69°. O maior site lulista — Brasil 247 — está em 421° lugar. Quanto aos sites bolsonaristas, eles praticamente inexistem. O melhor classificado é o Jornal de Cidade, que aparece em 2113° lugar.

Da mesma maneira que desistiu de criar um partido próprio, preferindo comprar o Centrão, Jair Bolsonaro desistiu de criar uma rede para disseminar suas imposturas, preferindo aliciar meia dúzia de proprietários de rádios e TVs. É por isso que ele precisa de um ministro da Propaganda. Um forte abraço.