DiogoMainardina ilha do desespero

Viagem à Itália

07.08.20

Diogo em Assis. Diogo em Gubbio. Diogo em Massa Marittima. Diogo em Castiglione della Pescaia.

Mostrei no Manhattan Connection imagens de minha vagabundagem pela Itália. Não uma Itália qualquer: a Itália sem Covid-19. É uma caipirice instagramar as próprias férias. Nesse caso, além de ser uma caipirice, é também ofensivo, considerando que os brasileiros continuam trancados em casa, com mais de mil mortes diárias. Meu plano não era ofender os brasileiros quarentenados. Ao contrário: meu plano era ofender — era chutar, era esmurrar — nossos governantes homicidas, esfregando-lhes na cara que o lockdown italiano funcionou, e que o Brasil, a esta altura, não deveria ter mil mortes diárias. Mil mortes diárias são o saldo de uma negligência criminosa.

Durante meu passeio pela Itália sem Covid-19, saíram os resultados dos testes sorológicos com uma amostragem proporcional de 65 mil pessoas. As descobertas mais relevantes foram as seguintes:

– Só 2,5% dos italianos contraíram o novo coronavírus. Apostar na imunidade coletiva, portanto, equivale a um assassinato em massa.

– A taxa de letalidade da Covid-19 foi de 2,5%.

– O lockdown nacional impediu que as mortes se multiplicassem. Na Lombardia, a região mais devastada pela epidemia, 7,5% dos moradores pegaram o vírus; na Sicília, apenas 0,3%.

A Covid-19 é uma calamidade pública. No meu caso, assim como para centenas de milhares de brasileiros, transformou-se também, nos últimos dias, num excruciante drama familiar. Giotto não cura a Covid-19. Mas resgata valores que foram perdidos.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO