DiogoMainardina ilha do desespero

O grande rachid

03.07.20

Os militares tomaram o poder. O esperneio dos bolsonaristas nas redes sociais é a prova disso. Aliás, nem nas redes sociais eles apitam mais, tanto que resolveram migrar do Twitter e do Facebook para o Parler, a oca da extrema-direita.

Olavo de Carvalho, na quarta-feira, acusou Jair Bolsonaro de “latir sem morder”, enquanto os militares, com seu “culto positivista”, entregavam o Brasil para os “comunistas”. Os mentecaptos que foram perseguidos pelo inquérito ilegal das fake news — e que correm o risco de acabar na cadeia — passaram a disparar seus memes de festim contra a junta militar palaciana formada pelos generais quatro estrelas Hamilton Mourão, Luiz Eduardo Ramos e Walter Braga Netto. Até Augusto Heleno, que sempre bajulou a falange digital bolsonarista, foi alvejado.

O fato é que Jair Bolsonaro parou inclusive de latir. Os militares meteram-lhe uma focinheira e uma coleira. O plano é conduzi-lo até 2022, recolhendo as porcarias que ele faz no meio do caminho. O putsch foi motivado pela necessidade de salvá-lo de um impeachment vexaminoso, que emporcalharia ainda mais a imagem dos generais que embarcaram nessa aventura grotesca. O STF e o Congresso Nacional festejam o arranjo, que congela o conflito institucional e assegura um naco de poder para cada um.

A prisão de Fabrício Queiroz encerrou o governo de Jair Bolsonaro. Ele se tornou uma espécie de funcionário fantasma no Palácio do Planalto, igual à mãe do Capitão Adriano. A melhor saída para o Brasil seria um processo rápido, que resultasse em seu afastamento, mas o grande rachid nacional deve acabar prevalecendo.

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