O procurador e a ‘pressão’

19.06.20

Ao explicar por que não topou pedir a prisão de Sara Winter, o procurador da República Frederick Lustosa, que já vinha investigando a militante bolsonarista na primeira instância antes de ela ser detida a pedido da Procuradoria-Geral da República, afirmou que não está suscetível “a qualquer tipo de pressão interna ou externa”. Indagado por Crusoé, ele não disse quem o estaria pressionando. Nos bastidores, porém, as cobranças são quase que explícitas. Lustosa já foi cobrado, por exemplo, pela Corregedoria do MPF por sua atuação no caso. Ele demorou para tomar uma atitude ante os arroubos da ativista e acabou atropelado pela própria PGR. Lustosa chegou a denunciar Sara Winter por injúria e ameaça contra Alexandre de Moraes, mas a acusação é, digamos, bastante amena. Os dois crimes não chegam a seis meses de prisão e, em caso de condenação, a pena normalmente é substituída por trabalhos comunitários. O procurador mandou para o arquivo a apuração que investigava se a militante violou a Lei de Segurança Nacional. Essa, sim, poderia virar um grande problema para a chefe dos “300”, o grupo de não mais que 30 radicais bolsonaristas que vinha acampando na Esplanada dos Ministérios em apoio ao presidente e que organizou um ato com tochas e máscaras em frente ao STF. A propósito do ato, aliás, Lustosa disse que a turma estava protegida pelo direito à “liberdade de expressão”.

Divulgação/PRDFDivulgação/PRDFA Procuradoria da República em Brasília: Corregedoria de olho no procurador

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