Bruno Santos/Folhapress

Wassef ataca procuradora que pediu para arquivar inquérito sobre o Coaf

22.06.21 18:39

Advogado do clã Bolsonaro, Frederick Wassef desferiu ataques à Márcia Brandão Zollinger após a procuradora pedir o arquivamento do inquérito aberto para investigar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Coaf, devido ao vazamento do relatório sobre movimentações financeiras dele. Os documentos, noticiados por Crusoé, revelaram pagamentos de 9,8 milhões de reais da JBS ao causídico.

Em nota, Wassef afirmou que a argumentação usada por Zollinger é a mesma rejeitada pela Tribunal Regional Federal da 1ª Região em 2020, quando a corte ordenou a abertura da apuração por entender que os relatórios foram produzidos indevidamente e mandou trancar o inquérito que mandava investigar o advogado com base em dados do Coaf.

Wassef valeu-se ainda da decisão do Superior Tribunal de Justiça que rejeitou pedido do Coaf para suspender a apuração sobre possíveis ilegalidades cometidas por servidores do órgão em quebras de sigilo bancário e vazamento de informações.

O advogado afirmou que “uma força-tarefa procura impedir, a todo custo, que seja aberta a caixa preta do Coaf” e declarou desafiar o presidente do órgão, Ricardo Liáo, e a procuradora com seus “extratos bancários em mãos“.

A procuradora está passando por cima do TRF-01 e também do STJ, descumprindo decisão daquela corte superior. Não existe fato novo ou elementos que justifiquem a procuradora querer impedir a investigação. Sua atitude está na contramão do MPF. Confio na instituição e peço ajuda ao MPF para apurar a autoria dos crimes graves que sofri“, escreveu.

Os pagamentos milionários da JBS a Wassef ocorreram entre 2015 e 2020. Com a ajuda do procurador-geral, Augusto Aras, e do presidente Jair Bolsonaro, Wassef compareceu à PGR em outubro de 2019 para tentar negociar a repactuação da delação dos irmãos Batista. No entanto, o então chefe do Grupo de Trabalho da Lava Jato, José Adônis Callou de Araújo Sá, não aceitou conversar com o advogado, porque ele não tinha procuração da empresa.

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