Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Uso de helicópero por Bolsonaro: ‘44% a menos que Dilma e 28% a menos que Lula’, diz GSI

24.06.20 11:40

O Gabinete de Segurança Institucional disse a Crusoé que Jair Bolsonaro não realiza “utilização exacerbada da frota de asas rotativas” da Presidência da República. Segundo a pasta comandada por Augusto Heleno, “a média de  utilização dos  helicópteros à  disposição da Presidência da República diminuiu a partir de 2019”.

Bolsonaro foi alvo de críticas por usar a frota aérea em compromissos que sua assessoria classifica como “agenda pessoal do presidente”, como nos episódios em que usou helicópteros para sobrevoar e acenar para as manifestações pró-governo na Esplanada dos Ministérios. “O que se vê é o uso da máquina pública única e exclusivamente para satisfazer algum tipo de desejo que nada tem a ver com os rumos do país. Se é agenda pessoal, que utilize os próprios meios”, aponta o advogado Nauê Bernardo, que advogou em defesa de manifestantes contrários ao governo.

“O Presidente da República dispõe de meios de transporte colocados à sua disposição por força  de  legislação,  cuja  existência  se  justifica  pela  liberdade de  ação que o Chefe de  Estado deve dispor para o desempenho institucional de sua função, com a segurança e a agilidade exigidas”, explica a Presidência.  “Os  meios são dedicados  ao  serviço  da  Presidência,  de  modo  a  atender  às  necessidades  de transporte da  autoridade,  em  compromissos  oficiais  ou privados,  e devem ter  disponibilidade para atendimento imediato”, justifica o governo. 

“O Presidente Bolsonaro usou os helicópteros do GTE-3 em média anual 7% menor do que a de seu antecessor, o senhor Michel Temer”, acrescenta o GSI, na sua nota. “Outros exemplos ilustrativos: comparativamente ao uso pela senhora Dilma Roussef [sic], o atual PR usou 42% a menos que a média anual relativa ao primeiro mandato e 44% a menos do que no segundo mandato. Em relação ao segundo mandato do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, o PR usou o helicóptero 28% a menos”.

Apesar de fornecer dados em defesa de Bolsonaro, o GSI ignorou os pedidos de informação feitos pela reportagem, através da Lei de Acesso à Informação. Crusoé pediu que a Presidência fornecesse uma relação dos voos presidenciais desde 2016, contendo data, número de servidores embarcados, quantidade de combustível utilizada e tempo de voo. 

“O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não divulga as informações que possam colocar em risco a segurança do PR, estas ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição”, afirmou a pasta. 

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