Adriano Machado/Crusoé

Três governadores não assinam carta a Bolsonaro

26.03.20 16:38

Os chefes dos Executivos de Minas Gerais, Distrito Federal e Rondônia não assinaram a carta redigida pelo Fórum Nacional de Governadores em resposta aos ataques do presidente Jair Bolsonaro (foto) às medidas restritivas implementadas nos estados para conter o avanço do novo coronavírus.

Na TV e no rádio, o chefe do Palácio do Planalto alegou, na terça-feira, 24, que  “algumas poucas autoridades” devem “abandonar o conceito de terra arrasada, com a proibição de transportes e o fechamento do comércio”. Em reação, os governadores afirmaram que continuarão adotando medidas “seguindo orientação de profissionais de saúde” e “convidaram” Bolsonaro a “liderar” o processo de combate à Covid-19 e a “agir em parceria”, como mostrou Crusoé.

Apesar de ter participado da videoconferência, o governador do estado mineiro, Romeu Zema, do Novo, explicou que não endossou o documento porque este é “um momento de união de todos os gestores públicos”. “Sugeri uma nova redação, que encontra-se em discussão pelo grupo de chefes dos Executivos estaduais”, escreveu em sua conta oficial no Twitter.

Presidente do Fórum e governador do DF, Ibaneis sequer marcou presença na discussão. Momentos antes da reunião virtual, o emedebista disse, em nota, que “não é hora de politizar ou polemizar”. Na avaliação do chefe do Palácio do Buriti, Bolsonaro foi certeiro ao criticar ações drásticas em municípios pequenos, sem qualquer registro da doença. Ponderou, entretanto, que a situação é diferente em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, as quais contabilizam centenas de casos. “Juízo, paciência e muito apoio das equipes técnicas é o que resolverá esse problema”, afirmou.

Contatado por Crusoé, o governo de Rondônia não explicou por que Marcos Rocha não assinou a carta. O chefe do Palácio Rio Madeira, no entanto, é filiado ao PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu. No dia do pronunciamento, ele endossou a fala do presidente e anunciou a reabertura de parte do comércio no estado. “Lembrando que eu sou um apoiador e sou uma pessoa amiga do presidente Bolsonaro. A cadeia produtiva não pode parar”, disse Rocha.

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