Adriano Machado/Crusoé

Toffoli manda parar perícia da Lava Jato em material apreendido no BTG

19.01.20 10:00

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli (foto), mandou a Polícia Federal suspender a perícia nos arquivos apreendidos pela Lava Jato na sede do banco BTG Pactual durante a 64ª fase da Lava Jato. Chamada de Pentiti, a operação mirou suspeitas de irregularidades envolvendo a venda de ativos da Petrobras na África para o banco de André Esteves. A decisão de Toffoli atende a um pedido da defesa do banqueiro após a PF determinar, em dezembro do ano passado, a perícia em parte do conteúdo apreendido no BTG.

Desde que a Pentiti foi deflagrada, essa já é a segunda vez que a PF é proibida pelo Supremo de periciar todo o material encontrado na residência de Esteves e no BTG. A primeira suspensão aconteceu em outubro do ano passado, após o ministro Celso de Mello, do STF, acatar em parte um recurso da defesa do banqueiro determinando que todos os itens apreendidos na operação não fossem analisados pela força-tarefa de Curitiba, pois poderiam ter relação com uma outra investigação sobre ele em tramitação na Justiça Federal em Brasília.

Como mostrou o Diário de Crusoé, em dezembro o delegado da PF em Curitiba Felipe Hile Pace chegou a mudar a orientação mandando que fosse retomada a perícia de parte do material apreendido, excluindo os bens de André Esteves. O delegado argumentou que durante as buscas na sede do BTG os próprios funcionários do banco indicaram os documentos que guardavam relação com a investigação da Lava Jato em Curitiba.

Diante disso, a defesa do banqueiro recorreu novamente ao Supremo. Desta vez, o pedido de suspensão foi protocolado já depois de iniciado o recesso do Judiciário, no dia 23 de dezembro, o que fez com que ele fosse remetido ao presidente do STF, responsável por analisar todos os casos urgentes.

Para Toffoli, a iniciativa da PF em retomar a perícia em parte do material “pode vir a desrespeitar, em tese, a decisão liminar de acautelamento anteriormente proferida pelo eminente relator (Celso de Mello)” e por isso, segundo ele, todo o trabalho da PF deve ser suspenso até que o decano da corte se debruce sobre o tema.

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