Divulgação/Câmara Municipal de João Pessoa

Temendo durar pouco no governo, Queiroga quer seguir em entidade médica

22.03.21 07:35

Marcelo Queiroga pretende acumular o cargo de ministro da Saúde com o de presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Segundo pessoas próximas, sua intenção é garantir um “porto seguro, caso sua permanência no primeiro escalão do governo Jair Bolsonaro seja abreviada por questões políticas. Sucessor de Luiz Henrique Mandetta na Saúde, o oncologista Nelson Teich ficou no cargo por menos de um mês. Já o general Eduardo Pazuello foi demitido dez meses depois de ser efetivado no comando do ministério.

Queiroga foi eleito presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o biênio 2020-2021. Ainda tem, portanto, mais de nove meses à frente da entidade, uma das mais importantes do país na área médica. “Não se sabe quanto tempo ele ficará no governo”, reconhece o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Celso Amodeo.

Amodeo acredita, entretanto, que Queiroga terá condições de fazer um bom e duradouro trabalho na Saúde. “Ele tem jogo de cintura e trânsito na política. Espero que consiga unir todos os lados, como fez na Sociedade (Brasileira de Cardiologia), afirmou Amodeo.

O departamento jurídico da entidade ainda terá que avaliar a legalidade do acúmulo dos dois cargos. Recentemente, advogados da associação deram aval para que Queiroga exercesse simultaneamente o posto de diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar, para o qual foi indicado em dezembro, e a presidência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O médico não chegou a ser nomeado diretor da ANS porque a tramitação não avançou no Senado em razão da pandemia.

Atualização — A Sociedade Brasileira de Cardiologia negou que Queiroga tenha tentado acumular a presidência da entidade com o cargo de ministro, embora tenha admitido que solicitou um parecer jurídico segundo o qual não haveria restrições, em seu estatuto, ao acúmulo das duas funções. Por fim, Queiroga apenas se licenciou da presidência da SBC, o que significa que, sim, caso não dure muito no cargo de ministro, ele pode retomar a cadeira de presidente da entidade.

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