Adriano Machado/Crusoé

Sob suspeita de ação paralela, Abin fecha contratos secretos de R$ 19 mi com empresas estrangeiras

29.12.20 07:58

Dezembro encheu as canetas de Alexandre Ramagem (foto) e a Agência Brasileira de Inteligência foi às compras no exterior. Entre os dias 14 e 24, a Abin homologou oito dispensas de licitação — instrumento que permite a órgãos públicos a contratação de fornecedores sem concorrência pública — que somam 19 milhões de reais com empresas no exterior, sem sequer revelar os nomes das contratadas.

Os gastos foram empenhados a título de investimentos na aquisição de equipamentos para a agência de oficial de espionagem que, como mostrou Crusoé, foi aparelhada pelo governo de Jair Bolsonaro. Oficialmente, as despesas foram classificadas como destinadas a “equipamento e material sigiloso e reservado”, executadas na rubrica “Ações de Inteligência”. Nem mesmo no banco de dados do sistema de execução orçamentária da União  constam os nomes das empresas contratadas pelo órgão, subordinado diretamente à Presidência da República (confira abaixo o registro de um dos processos de compra publicados no Diário Oficial da União).

Das oito dispensas de licitação assinadas pela Abin, o diretor-adjunto de Alexandre Ramagem, Frank Marcio de Oliveira, aparece como a autoridade responsável pelas quatro de maior valor, que, juntas, somam 15,9 milhões de reais. Na outra metade, quem assina é Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, secretário de Planejamento e Gestão da agência, totalizando 3,1 milhões de reais. 

A situação não encontra precedentes em anos anteriores. Em 2019, primeiro ano de Bolsonaro no poder, não houve registro de contratos sem licitação e com fornecedores secretos no exterior. Em 2018, o Exército chegou a contratar a empresa Verint Systems, que fornece soluções na área de cibersegurança. Apesar de tornar públicos os empenhos para a companhia norte-americana, que somam 14 milhões de reais pagos pelo escritório militar em Washington, a finalidade exata da despesa foi mantida sob reserva.

Procurada, a Abin não deu mais explicações até a publicação deste texto.

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  1. É difícil para um setor de Inteligência escancarar todos os seus movimentos,sob pena de comprometer o seu propósito. Assim, é preciso que o País confie nesse setor, que deve agir com toda discreção e até segredo possíveis. Se isto não for aceito, é melhor acabar com o Serviço de Inteligência.

  2. Por esta e por outras estou cancelando minha assinatura. Comentários sem conhecimento, reportagens sem fidelidade que confundem os analfa funcionais que depois falam um monte de besteiras sobre o que não conhecem.Tchau fui.

    1. Cancela logo essa porra e deixe de encher o saco! Aliás vá lamber o saco do presidente...

  3. É uma afronta à democracia. Os cartões corporativos, cujos gastos estão sob sigilo, é também. A falta de licitação e o sigilo levantam suspeitas de uso particular e/ou inescrupuloso dentro do contexto atual do governo.

  4. Isso levanta suspeitas porque não há transparência. Claro que não precisa detalhes da compra, basta informar a sua natureza tecnológica. Tenho certeza que o FBI sabe e autorizou tudo. Esse Ramagem é esperto, não assinou nada.

    1. Paixão pelo Brasil, uma coisa que os Bozistas nunca tiveram e nunca terão!

    1. Esse é o problema: os podres poderes sujam as mãos um dos outros. Não há mais identidade ou independência- uma geleia só. Podre.

  5. Estamos no rumo da ditadura miliciana! Muito parecida com o que aconteceu com a Venezuela de Chavis e agora de Maduro!

  6. E ninguém faz nada a respeito. A imprensa denuncia, os órgãos e autarquias se calam para a marcha da insensatez brasileira. Qual o plano deles? Ainda ficaremos calados com a cumplicidade das forças armadas com este psicopata no planalto?

  7. Abin é um órgão totalmente desnecessário. Um monte de arapongas que só servem fazer fofoca e coisas erradas e para piorar gastam dinheiro público para proteger os filhos rachadinhas.

    1. Palavras de um ignorante, sem noção, que não sabe o que fala. Não possui nenhum conhecimento, entendimento quanto ao tema, mas politiza qualquer coisa. Mas, em nada influencia e ainda pass

  8. A última fake news dos Bozistas e que o Dória teria ido a Miami para tomar vacina americana. Mentira, la ninguém fura fila. Se furasse, a população pediria possivelmente prisão perpétua. Em país que segue as leis, dinheiro e poder contam muito pouco! Bozistas pensam que o mundo é governado pelo Bozo!

  9. Certamente foram comprados equipamentos para manter o curral íntegro e livre de qualquer pensamento crítico. Além disso, foram adquiridos mais robots para enviarem mensagens mais refinadas de apoio ao genocida. Qual a razão? Os robots de hoje, incluindo aqueles que postam aqui, já não aguentam mais os chutes na bunda que eles recebem aqui. Jogaram a toalha depois de tanta surra!

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